Quefazeres necessários à docência: imperativos à formação permanente
Resumo
Esta dissertação é o resultado da pesquisa que buscou encontrar os quefazeres que se tornam necessários ao processo de formação permanente com vistas a promover um movimento de criação, por parte dos professores, de formas de ensinar os conhecimentos cientificamente organizados considerando a realidade cognitiva e concreta dos educandos. As categorias freirianas (1991, 1996, 1997, 2005, 2009) de formação permanente, inacabamento e quefazeres sustentaram a organização teórico-metodológica desta pesquisa. Na investigação buscou-se analisar os registros de reflexões de nove professoras de uma escola municipal de Pelotas/RS e dos registros do processo de formação produzidos entre os anos de 2009-2012. Cabe destacar, que em um primeiro momento os dados foram tematizados, apontando um conjunto de indicativos considerados como limites dos professores em sua atuação profissional, para, em um segundo momento, serem devolvidos ao grupo para que se ampliasse os mesmos. Por fim, realizou-se uma entrevista semi-estruturada a fim de vislumbrar possibilidade de avançar nos limites indicados. A reflexão realizada permitiu a construção de um quadro conceitual com vistas a subsidiar o trabalho de coordenadores que possuam como objetivo considerar o processo de aprendizagem do professor. Destacou-se como quefazeres necessários a) o conhecimento da realidade do aluno; b) o conhecimento do próprio objeto de conhecimento; c) o conhecimento sobre o processo de aprendizagem; d) o conhecimento sobre o processo de ensino; e e) o conhecimento das formas de coordenar os processos de ensino-aprendizagem na sala de aula. A partir de referenciais freirianos, a pesquisa permitiu ainda apontar a formação permanente como possibilidade de considerar a vocação ontológica dos sujeitos de ser mais, bem como colocou com centralidade sua condição de inacabamento, avançando assim à obtenção da autonomia necessária ao exercício profissional da docência.