Formação de professores e o desafio da inclusão de alunos com deficiência: caminhos trilhados por professoras dos anos iniciais
Resumo
A inclusão de alunos com deficiência na escola regular é um direito previsto pela Constituição Federal e provocou, em muitos casos, uma reorganização dessa instituição. Por serem os professores os principais profissionais a trabalhar com esses alunos, sua formação se torna peça chave para a melhoria da qualidade da educação, tendo como princípio que todos podem vir a receber alunos com deficiência em suas salas de aula ditas regulares. Tendo como base o referencial teórico de Pletsch (2009), Carvalho (2009), Mantoan (2006), Machado (2009) e Mittler (2003), a presente dissertação busca identificar como ocorre a formação de professores que trabalham com alunos incluídos e a percepção destes acerca da inclusão. O processo metodológico foi encaminhado por entrevistas abertas com quatro (04) professoras de Anos Iniciais de uma Escola Estadual, localizada em Pelotas/RS. Os resultados demonstram que, de modo geral, as professoras não tiveram nenhum preparo para lidar com a inclusão durante a formação inicial, e a formação se deu, principalmente, quando tiveram contato com as turmas com alunos incluídos. As principais alternativas de formação foram por meio das Tecnologias de Informação, Reuniões Pedagógicas realizadas na escola e a presença de uma professora especialista existente para apoio que permitia a elas conversar e sanar dúvidas. Outro ponto destacado foi referente ao que denominamos de formação continuada institucionalizada e formação continuada não-institucionalizada. A primeira com caráter mais individual e informal e a segunda, mais formalizada por meio de cursos ou programas específicos. Os professores salientaram ter havido mudanças ao lidarem com a inclusão. Fizeram referência à humanização delas ao buscar entender as necessidades e o ritmo de cada um de seus alunos, por exemplo. Foi possível concluir que as professoras encontraram alternativas viáveis para a sua formação e que essas alternativas auxiliaram para que o trabalho com a inclusão viesse a ser mais qualificado. No entanto, apesar de se considerarem preparadas para trabalhar com a inclusão, as entrevistadas enfatizam que a formação de professores ainda requer melhorias e maior atenção dos órgãos públicos de educação.