Avaliação da detecção de casos de tuberculose no contexto da atenção primária à saúde
Resumen
O Brasil exibe uma redução nos indicadores epidemiológicos relacionados à tuberculose (TB) ao longo dos últimos dez anos. Enquanto o nível de atenção do sistema de saúde, a atenção primária à saúde serve como a porta de entrada a cuidados em saúde, coordenando e direcionando a atenção em saúde, é
recomendada como espaço crucial para intervenção no controle da doença. A detecção de casos de TB é a principal estratégia apontada para o controle da doença em nível nacional, envolve a identificação do sintomático respiratório (SR); a hipótese diagnóstica de TB; a conduta adotada frente ao indivíduo e a confirmação do diagnóstico. Assim, objetivou-se avaliar a detecção de casos de tuberculose nas Unidades de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde Tradicionais na perspectiva dos profissionais de saúde em Pelotas/RS. Utilizaram-se os elementos do processo (reconhecimento do problema, manejo individual e coletivo) e da estrutura (pessoal, instalações/equipamentos e organização) para avaliação do desempenho dos serviços, entendendo-o como a execução das ações para detecção de casos, considerando a presença da estrutura necessária ao desenvolvimento das ações. O estudo tem caráter quantitativo de corte transversal, realizado com 271 profissionais de saúde das 51 unidades do município de Pelotas/RS no período de abril a agosto de 2012. As variáveis de interesse compõe uma adaptação pré-testada do questionário de avaliação de desempenho de serviços de atenção básica no controle da TB. Para análise os dados foram estratificados por modalidade de serviço de saúde da atenção primária à saúde. Realizou-se Análise de Correspondência Múltipla e análise de frequência absoluta. A unidade de saúde da família foi associada com: profissionais preparados para identificação de SR; presença de pote de escarro e formulários de solicitação de baciloscopia; realização de avaliação clínica e solicitação da baciloscopia; realização de ações coletivas na comunidade. Observou-se que a unidade de saúde da família às vezes realizava busca de SR na unidade e comunidade; quase nunca realizava
educação em saúde sobre TB na comunidade. A unidade básica de saúde tradicional associou-se à: profissionais sem atualização clínica e em exames e sem segurança para identificação do SR; à falta de pote de escarro e de formulário de solicitação de baciloscopia; com profissionais que não faziam avaliação clínica; não solicitavam baciloscopia, e não realizavam ações coletivas na comunidade. Portanto,
a detecção de casos de TB na atenção primária à saúde, principalmente na UBS, apresentou fragilidades na estrutura e desenvolvimento das ações de detecção de casos da doença no município.