Fibras alimentares na população de Pelotas-RS: hábito de consumo e fatores associados.
Resumo
O consumo diário de fibras faz parte do que se chama de uma dieta saudável . É um item alimentar importante na prevenção e controle de doenças crônicas tais como Diabete Mellitus, doenças do coração, colesterol e triglicerídeos
elevados, além de ter papel fundamental no funcionamento do trânsito gastrointestinal prevenindo e tratando a prisão de ventre (constipação), complicação tão comum entre
as pessoas atualmente. Além disso, um consumo ideal de fibras está cientificamente comprovado como fator auxiliar na perda de peso. O presente estudo investigou o hábito inadequado de consumo de fibras alimentares e seus fatores associados, na população de Pelotas-RS, como parte da
dissertação de Mestrado em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas. A pesquisa ocorreu entre os meses de outubro e dezembro de 2005, quando 1507 domicílios de nossa cidade foram visitados. Desta forma, 3993 indivíduos com idade igual ou maior que 10 anos responderam ao questionário. A pesquisa mostrou que aproximadamente 65% da população não consome fibras alimentares adequadamente, sendo que os homens consomem menos alimentos ricos em fibras (71%) do que as mulheres (62%). A pesquisa mostra ainda que os adolescentes (10 - 19 anos) foram os que apresentaram maior percentual de hábito
inadequado de consumo de fibras alimentares (78%) quando comparados aos adultos (64%) e aos idosos (55%). Os indivíduos de menor nível socioeconômico também 85
apresentaram maiores percentuais de consumo inadequado em relação aos níveis socioeconômicos mais altos. O trabalho ainda concluiu que fumar, ser sedentário, realizar menos de quatro refeições diárias e fazer refeições fora de casa, apresentam maiores riscos de consumir um dieta pobre em fibras alimentares. Sendo assim, recomenda-se que campanhas e programas de saúde pública sejam realizados no sentido de incentivar o consumo de alimentos ricos em fibras
principalmente entre escolares e adolescentes pois existem evidências de que hábitos alimentares adquiridos na infância e adolescência podem ser precursores de hábitos saudáveis na vida adulta.

