Radiação gama e conservação in vitro de Amoreira-preta
Resumen
A amoreira-preta é pertencente ao gênero Rubus e o seu cultivo apresenta grande potencial de crescimento. No entanto, programas de melhoramento ainda buscam cultivares com maior produtividade, sabor mais doce, maior tamanho das frutas, plantas com hastes eretas e principalmente sem espinhos. Devido a essas necessidades, a radiação gama e a técnica de micropropagação, tornam-se uma possibilidade na indução, acompanhamento e armazenamento de germoplasma. Com isso o presente trabalho teve como objetivo irradiar, com diferentes doses de raios Gama, explantes de amoreira-preta estabelecidos in vitro, a fim de induzir alterações, além de buscar alternativas que possibilitem o armazenamento do germoplasma de amoreira-preta, por até 120 dias a 6°C. Para isso, explantes contendo uma gema axilar foram irradiados com diferentes doses de radiação gama (0, 5, 10, 20 e 40 Gy) e cultivados in vitro. Para o experimento de crescimento lento também foram usados segmentos nodais contendo uma gema, os quais foram cultivados por 30, 60, 90 e 120 dias a 6°C em meio de cultura com diferentes concentrações de sacarose (15, 30 e 45 g L-1), presença ou ausência de manitol e posteriormente transferidos para sala de crescimento, com temperatura de 24°C, por 30 dias. Para a percentagem de multiplicação, comprimento de parte aérea e de raízes foi observado crescimento com aumento da radiação para ambas cultivares, contudo o comprimento de raízes aumentou até 20 Gy, para ambas cultivares. O número de raízes, foi crescente até 5 Gy, seguido de redução conforme aumento da dose de radiação. No crescimento lento, foi observado um aumento gradual na taxa de multiplicação até os 120 dias, a presença do manitol e da sacarose no meio de cultura reduziu a taxa de multiplicação, para ambas cultivares, evidenciando a importância destes osmorreguladores na redução do crescimento. Após o retorno à sala de crescimento, foi verificado se os explantes retornaram as taxas de normais multiplicação. Com isso, pode-se concluir que a radiação promove alterações em explantes de amoreira-preta e que a adição de osmorreguladores no meio de cultura proporciona redução na taxa de multiplicação, durante o período de armazenamento ao frio, porém não afeta a taxa de multiplicação após o retorno as condições padrões em sala de crescimento.