Respostas fisiológicas induzidas por estresse hídrico e infecção por Meloidogyne javanica (Treub) Chitwood em portaenxertos de Prunus spp
Abstract
O Rio Grande do Sul possui a maior área de produção de pêssego do Brasil, porém sua produtividade ainda é baixa quando comparado com outros estados. Um dos problemas relacionados à baixa produtividade são os solos com problemas de drenagem e baixa capacidade de armazenar água, principalmente na região produtora de Pelotas, assim como a presença de nematóides causadores de galhas nas raízes (Meloidogyne spp.), cujos danos têm grande importância em virtude da ação nociva sobre o sistema radicular, afetando a absorção e a translocação de água e nutrientes. Esses estresses podem causar alterações fisiológicas nas plantas, comprometendo a qualidade dos frutos e a produtividade dos pomares. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos destes fatores de estresse nos portaenxertos de pessegueiro cv. Capdeboscq, Flordaguard e ameixeira cv. Mirabolano 29-C. O trabalho foi dividido em dois experimentos. No primeiro, avaliou-se as trocas gasosas e atividade antioxidante de portaenxertos do gênero Prunus submetidos aos seguintes tratamentos de estresse: a) alagamento do solo, por oito dias b) seca, por oito dias e c) controle, com irrigação conforme necessidade das plantas. Após o período de estresse, as plantas retornaram às condições normais de regime hídrico. O portaenxerto Mirabolano 29-C demonstrou ser mais suscetível ao déficit hídrico do que ao alagamento, quando comparado as duas cultivares de pessegueiro avaliadas. Por outro lado, nas cvs. Flordaguard e Capdeboscq ocorreram maiores danos quando as plantas foram submetidas ao alagamento, verificado por meio da maior taxa de peroxidação lipídica, em relação as plantas controle destas cultivares. No segundo experimento, avaliaram-se os efeitos da inoculação de Meloidogyne javanica sobre o fator de reprodução (FR) e das trocas gasosas. Aos 150 dias após a inoculação, as plantas das cvs. Capdeboscq, Flordaguard e Mirabolano 29-C mostraram-se suscetíveis (FR=1,77), resistentes e imunes, respectivamente. Em relação às trocas gasosas, apenas as plantas inoculadas da cv. Capdeboscq apresentaram maiores valores de condutância estomática, concentração intracelular de CO2 e de transpiração, e uma menor eficiência no uso da água. Para os demais genótipos não houve efeitos significativos nas variáveis analisadas.