Caracterização molecular de alelos-S e de locos microssatélites em Prunus salicina (Lindl.)
Abstract
A cultura de ameixeira tem papel de destaque na fruticultura mundial. No
Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul se destaca como maior produtor. Porém,
mesmo apresentando elevado potencial de cultivo, alguns fatores têm limitado o
aumento da produção, entre eles: a) a variabilidade de clima; b) o uso de porta-
enxertos inadequados; c) a incapacidade de autopolinização da maioria das
cultivares d) e a idoneidade genética do material vegetal. Diante disso, o objetivo
deste trabalho foi identificar alelos-S relacionados à auto-incompatibilidade
gametofítica em Prunus salicina (Lindl.) e caracterizar molecularmente as cultivares
por meio de locos microssatélites. Para tal fim foram analisadas 11 cultivares de
ameixeira japonesa [Santa Rosa, Santa Rita, Reubennel, Pluma 7, América, Rosa
Mineira, Amarelinha, The First, Gulfblaze (Clone São Paulo), Gulfblaze (Clone
Guaíba) e Harry Pickstone], por meio de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
com três pares de primers específicos para amplificação de alelos-S e primers para
cinco locos de microssatélites. Os experimentos foram desenvolvidos no Laboratório
de Cultura de Tecidos de Plantas Caracterização Molecular, do Departamento de
Botânica da Universidade Federal de Pelotas. Na amplificação de alelos-S,
constatou-se que as concentrações e condições de PCR utilizadas, bem como às combinações de primers, permitiram a efetiva caracterização de alelos-S nas
cultivares de P. salicina estudadas, bem como, a escolha das polinizadoras mais
compatíveis com as cultivares produtoras. O seqüenciamento de alguns dos alelos-S
amplificados revelou elevada similaridade com seqüências de nucleotídeos já
identificados em outros trabalhos com Prunus spp.. Na análise de cinco locos de
microssatélites obteve-se um total de 30 polimorfismos possibilitando uma clara
identificação dos genótipos de ameixeira japonesa, esclarecendo caso de
homonímia entre as cultivares Gulfblaze (Clone São Paulo) e Gulfblaze (Clone
Guaíba), no entanto, os polimorfismos não foram suficientes para obter uma boa
estimativa da variabilidade genética e análise de agrupamento dos genótipos de
ameixeira japonesa avaliados.