Estudo das relações da variabilidade climatológica relacionada à variabilidade social da safra de pescados de água doce desembarcado na cidade do Rio Grande RS
Resumen
No presente projeto elegeu-se a região sul do Estado do Rio Grande do Sul, para
estudar-se as possíveis relações de variáveis climatológicas com o desembarque de
pescado, visando explorar a possibilidade de incluir contribuições destas variáveis
nos modelos de gerenciamento dos estoques de pescado de água doce da região
abrangida pela Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim. Para isto, utilizou-se os dados de
desembarque de pescado na cidade do Rio Grande, entre os anos de 1987 e 2006
oriundo de embarcações das cidades de São Lourenço do Sul, Pelotas, Rio Grande,
São José do Norte e Santa Vitória do Palmar, sistematicamente são organizados
pelo IBAMA /CEPERG (Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros
Lagunares e Estuarinos). Os dados climatológicos foram obtidos no site
http//www.cdc.noaa.gov/cdc (NOAA). A partir da análise dos dados de desembarque
de pescado observou-se que os espécimes de peixe Jundiá e Traíra representam
mais da metade de toda a produção capturada e desembarcada no Porto da cidade
do Rio Grande/RS dentro do período de estudo. Calculou-se as médias trimestrais
de desembarque de pescado dos espécimes Jundiá e Traíra para os quatro
trimestres de cada ano. A partir da análise dos dados, identificou-se que o terceiro
trimestre é o mais significativo no quesito quantidade (kg) de desembarque para o
espécime jundiá, enquanto que para o espécime Traíra foi o segundo trimestre. A
partir das análises estatísticas correlacionando desembarque de pescado e variáveis climatológicas verificou-se que para o espécime Jundiá as variáveis climatológicas
mais significativas para seu trimestre de maior importância foram: para o mês de
julho componente V do vento, chuva e radiação de onda longa (ROL), já para o mês
de agosto, componente U do vento, temperatura e (ROL) e, por conseguinte, para o
mês de Setembro as variáveis mais significativas são componente U e V do vento e
velocidade do vento. E para o espécime Traíra as variáveis climatológicas que
obtiveram maiores índices de significância para seu trimestre mais expressivo foram:
para o mês de Abril componente V do vento e temperatura, já para o mês de Maio,
todas as variáveis apresentam valores importantes para análise, ou seja, variável
componente U e V do vento, velocidade, temperatura, chuva e radiação de onda
longa (ROL) e, por conseguinte, para o mês de Junho as variáveis climatológicas
mais significativas são componente U do vento, velocidade do vento e chuva.