A Variabilidade da precipitação no Rio Grande do Sul e sua relação com o Índice de Oscilação Antártica

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Data
2011-02-18Autor
Garcia, Maria Arita Madruga
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Esta pesquisa tem por objetivo analisar as variações mensais da precipitação no Rio Grande
do Sul (RS) e suas relações com as variações mensais da espessura da camada média da
troposfera (700mb) na parte inferior do Hemisfério Sul, centrada na região da Antártica. As
Anomalias mensais da espessura atmosférica são representadas pelo padrão de oscilação
principal, denominado de Índice AAO (Arctic Oscillation Index). A importância deste estudo
justifica-se pelo RS ter um papel importante na produção agrícola nacional, sendo a variável
precipitação apontada como fator fundamental na produtividade de diversas culturas
regionais. Na pesquisa foram utilizados dados de precipitação mensal de 32 estações
meteorológicas no RS, as quais foram correlacionadas com o índice AAO. O índice AAO foi
obtido diretamente CPC (Climate Prediction Center) e o período de estudo foram de 1979 a
2008, sendo que as correlações entre as precipitações mensais do RS foram testadas com
defasagens temporais do índice de 0, -1, -2, -3 meses. Os resultados da climatologia
mostram que a precipitação nestas ultimas 3 décadas apresentaram padrões mensais
bem distribuídos ao longo do ano, com menores valores ao sul e maiores ao norte e
noroeste. O maior gradiente temporal no RS ocorre entre os meses de outubro e
novembro, com seus máximos e mínimos respectivamente. O Índice de Oscilação
Antártica tem suas maiores variações no meio do inverno e as menores variações no
final de verão. As correlações mais significativas da precipitação no RS e o índice
foram predominantemente inversas (pela forma como foi construído o índice). As
maiores correlações foram entre as precipitações do mês de maio e o Índice também
do mês de maio, especialmente na metade norte do RS. Na metade sul do RS, as
variações do Índice no mês de março apresentam alta correlação com as
precipitações de março e de abril. A parte noroeste do RS as maiores correlações
foram entre as precipitações de novembro e o Índice de novembro, Na região central
do RS apresentam correlações significativas em dezembro com o Índice de
novembro. Entres os melhores resultados (maiores correlações) destacam-se as
correlações nos meses de março, abril e maio. A partir do índice médio deste
trimestre foram identificados os casos extremos do índice e calculado as
climatologias das precipitações para os dois grupos (6 casos extremos negativos e 6
casos extremos positivos). A climatologia mostra que para o período negativo do
índice a precipitação acumulada trimestral supera em até 50% a do período positivo,
principalmente no sul e oeste do RS. O período negativo está associado à
intensificação da alta polar, conseqüentemente intensificação o jato polar e frentes
frias mais organizadas passam pelo RS, enquanto que nos períodos positivos ocorre
enfraquecimento da alta polar e alteração no fluxo zonal do jato subtropical,
reduzindo a intensidade das frentes frias.