A técnica dos quantis como ferramenta para classificar os anos em secos, muito secos, normais, úmidos e muito úmidos para o Estado do Rio Grande do Sul
Resumo
A precipitação pluvial é de fundamental importância para as diversas atividades
humanas, por esse motivo, cada vez mais, tem sido estudada e utilizada por
diversas áreas do conhecimento. Face à sua importância, este trabalho visa
enriquecer as informações sobre o assunto, através do uso da Técnica dos Quantis
aplicada para 20 estações meteorológicas do Estado do Rio Grande do Sul. Os
objetivos são: classificar os anos em muito seco, secos, normais, úmidos e muito
úmidos, analisar a série de precipitação pluvial compreendida no período 1913-1998,
calcular valores limites para os percentis previamente determinados, mostrar e
discutir a distribuição espacial, calcular a probabilidade de ocorrência de valores
extremos e verificar a influência dos eventos El Nino e La Niña sobre a precipitação
pluvial observada. Para o período estudado, 86 anos, a Técnica dos Quantis
mostrou ser uma ferramenta consistente, alcançando os objetivos propostos neste
trabalho. Os resultados obtidos mostraram que a precipitação pluvial no Estado do
Rio Grande do Sul apresenta-se bem distribuída não sendo verificados valores
extremos de significativa relevância. A precipitação pluvial máxima absoluta total
mensal variou entre 393,3 mm (Tapes) a 861,0 mm (Santa Maria) e o mês que se
destacou foi abril; quanto aos mínimos absolutos a variação ocorre no intervalo de 0,3 mm mensal (Santa Vitória do Palmar e Rio Grande) a 8,3 mm mensais (Bento
Gonçalves). A Técnica dos Quantis permite classificar os anos em muito secos,
secos, normais, úmidos e muito úmidos. De modo geral, 50% dos anos estudados
(43 anos) foram classificados como normais; 20,7% foram considerados secos, ou
seja, aproximadamente 18 anos; 14,3 anos foram considerados úmidos (12,3 anos);
10,23% ficaram na faixa dos muito úmidos (8,8 anos) e somente 4,8%, dos 86 anos,
foram muito secos (4,1 anos). No que se refere a influência dos eventos El Niño e La
Niña, a maioria das estações meteorológicas são consideradas como normais, não
tendo sido verificadas classificações extremas como muito seco, por exemplo.
Mesmo estando o Estado do Rio Grande do Sul situado numa região onde os
eventos El Niño e La Niña são relevantes, verificou-se a existência de anos de não
ocorrência dos fenômenos, sendo denominados anos neutros.