Atividade antimicrobiana de diferentes extratos etanólicos de Agaricus brasiliensis S. Wasser et al. em estreptococos orais
Resumen
Uma variedade de doenças envolve a cavidade oral, como a cárie dental, considerada a patologia oral mais prevalente em todo o mundo. Atualmente, a cárie dental é uma doença multifatorial infecto-contagiosa, associada a bactérias
patogênicas residentes do biofilme dental. Estes microrganismos são os responsáveis pela produção de ácidos e produtos citotóxicos que, respectivamente,
levam à desmineralização de esmalte dental e inflamação gengival com posterior destruição dos tecidos de suporte dos dentes. Assim, o uso de agentes antimicrobianos eficientes contra essas bactérias é um importante meio de controle
dessa doença bucal. Vários agentes antimicrobianos de origem natural estão sendo investigados devido as suas possíveis propriedades farmacológicas. O cogumelo Agaricus brasiliensis S. Wasser et al. ( cogumelo-do-sol) destaca-se entre os
produtos naturais com notáveis propriedades antibacterianas, antifúngicas, antiinflamatórias e antitumorais. Neste estudo foi avaliado o efeito de três extratos etanólicos brutos (EtOH 100%, 75% e 50%) deste cogumelo sobre o crescimento e a
aderência de estreptococos do grupo mutans. Os extratos etanólicos foram obtidos através do método de extração por maceração. Os controles negativos foram etanol
100%, 75% e 50%. Os testes antimicrobianos utilizados contra Streptococcus mutans UA 159 e Streptococcus sobrinus 6715 foram o método de difusão em ágar, Concentração Inibitória Mínima (CIM), Concentração Bactericida Mínima (CBM) e
aderência dos microrganismos à superfície de vidro (Adh). No método de difusão em agar, apenas o extrato 100% etanólico apresentou sinal de inibição do crescimento microbiano. Já nos testes de determinação da CIM e CBM, os três extratos apresentaram propriedades antimicrobianas e os valores de CIM e CBM variaram entre 87,4 e 444,5 μg/mL. A CBM para os três extratos etanólicos foi igual a CIM para S.sobrinus, mas apenas o extrato etanólico 75% foi bactericida para S. mutans. Entre os extratos etanólicos testados, o extrato 100% etanólico foi o mais ativo (CIM 87.4μg/mL). A aderência celular também foi inibida em concentrações de 100 a
400μg/mL dos extratos obtidos com etanol 50% e 75%. Concluindo, os extratos
etanólicos de A. brasiliensis mostraram notáveis efeitos inibitórios no crescimento
bacteriano e o extrato 100% etanólico foi o mais ativo