Alterações placentárias associadas à hipertensão arterial em éguas com laminite crônica no terço final da gestação
Abstract
As alterações cardiovasculares em cavalos com laminite são descritas desde a década de 70, porem poucos estudos foram realizados para demonstrar tais alterações em éguas gestantes com laminite crônica. O presente estudo tem como objetivo avaliar a pressão arterial, frequência cardíaca, níveis de cortisol séricos, tempo gestacional e alterações placentárias de éguas gestantes com laminite crônica e suas consequências sobre a morfometria fetal. Foi realizado um estudo prospectivo longitudinal de caso controle em 6 criatórios de equinos Puro Sangue Inglês na região sul do Rio Grande do Sul Brasil. Foram utilizados um total de 20 éguas multíparas (10 animais do grupo controle e 10 animais com laminite crônica). Os animais selecionados foram submetidos ao exame clínico, coletas de sangue e mensurações da pressão arterial em dias alternados no último mês de gestação. Os níveis séricos de cortisol foram obtidos pelo método de quimiluminescência, e a aferição da pressão arterial através do método indireto e não invasivo por aparelho de esfigmomanômetro oscilométrico na base da cauda. A avaliação placentária foi efetuada por meio histológico utilizando o método de Schlafer (2004) e morfométrico utilizando o programa de domínio público ImageJ. Os valores médios do grupo controle referentes às aferições da pressão arterial sistólica foram de 98,3 ±1,41mmHg. O valor médio da pressão arterial diastólica foi de 62,2 ±1,14mmHg. A frequência cardíaca média foi de 44 ±0,53 bpm e as médias dos níveis séricos de cortisol foram de 5,06 ±0,14 μg/dL. O grupo de éguas gestantes com laminite crônica manteve as médias de pressão arterial sistólica e frequência cardíaca mais altas que ao grupo controle, sendo respectivamente, 116 ±6,73 mmHg e 52 ±4 bpm. Os valores médios obtidos da pressão arterial diastólica foi de 70 ±7,3 mmHg e a media dos níveis séricos de cortisol foi de 5,07± 0,19 μg/dL não havendo diferença em relação ao grupo controle. As placentas do grupo de éguas gestantes com laminite crônica obtiveram maior número de alterações histológicas e maior relação de espessura parede/luz arterial que o grupo controle (p<0,05). Os potros provenientes das gestações de éguas do grupo controle obtiveram peso ao nascimento superior aos potros nascidos do grupo de éguas com laminite crônica (p<0,05).