Prevalência de anticorpos para Toxoplasma gondii (Nicolle e Manceaux, 1909) em ovinos da região sul do Estado do Rio Grande do Sul
Abstract
As amostras de soro sanguíneo de 1840 ovinos do sul do Rio Grande do Sul, foram
testadas para determinar a prevalência de anticorpos da classe IgG para
Toxoplasma gondii através do uso da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI),
com ponto de corte de 1:64. Os animais experimentais foram divididos em quatro
grupos de acordo com a idade: um ano, dois anos, três anos e quatro anos ou mais.
A soroprevalência para T. gondii foi 20,2% (450/1840) (15,2% < IC < 26,2%) nos
ovinos, com variação de títulos de 1:64 até 1:4096. A prevalência das propriedades
foco (com pelo menos um animal positivo) foi 87,4% (83/95) (78,9% < IC < 92,8%).
Foi observada associação entre soroprevalência para T. gondii e idade dos ovinos,
já que a prevalência no grupo de um ano de idade foi 9,7% (95/687)
(6,2%<IC95%<15,0%) e no grupo dos animais com quatro anos ou mais foi 35,3%
(255/681) (27,5%<IC95%<43,8%). Não foi observada associação significativa entre
soroprevalência e sexo, assim como com nenhum dos fatores de risco avaliados na
análise multivariada (regressão logística). Entretanto, na análise univariada, duas
variáveis se mostraram com maior intensidade de associação com a soroprevalência
que as outras: presença de gatos domésticos (p=0,17) e o não recolhimento de
carcaças nas propriedades (p=0,20). Os resultados indicam que a infecção por T.
gondii está amplamente distribuída entre os rebanhos ovinos da região sul do Rio
Grande do Sul, podendo causar perdas reprodutivas nesses animais e representar
riscos à saúde humana.