Perfil protéico do plasma seminal de suínos e sua associação com a qualidade do sêmen congelado
Resumo
A inseminação artificial (IA) em suínos com sêmen congelado apresenta índices de
desempenho reprodutivo insatisfatórios, em comparação com a IA com sêmen
resfriado. Entre outros fatores, esta ineficiência pode ser atribuída aos diluentes e à
variação entre os machos doadores de sêmen, que podem apresentar diferente
conteúdo de proteínas no plasma seminal. O objetivo deste trabalho foi avaliar o
conteúdo protéico de diferentes porções do ejaculado de suínos, antes destas serem
submetidas ao congelamento, e a associação entre a presença de proteínas
identificadas no plasma seminal e indicadores de qualidade seminal pósdescongelamento,
visando a identificação de marcadores bioquímicos associados
com a congelabilidade do sêmen de diferentes machos e frações do ejaculado. A
porção do ejaculado rica em espermatozóides foi fracionada em duas amostras, as
quais foram congeladas em diluente contendo 5% de dimetilacetamida como
crioprotetor interno. O conteúdo protéico do plasma seminal foi avaliado por
eletroforese unidimensional e associado com motilidade e integridade da membrana
espermática pré e pós-congelamento, e morfologia espermática e integridade de
acrossoma pós-congelamento. Foram conduzidas análises inter-machos, nas quais
o efeito individual foi ajustado, e intra-machos, nas quais as análises foram
estratificadas para cada macho. A primeira porção do ejaculado, consistindo dos
primeiros 10 mL coletados, apresentou melhores indicadores de qualidade seminal
pós-descongelamento, em comparação com a segunda porção do ejaculado. Nove
proteínas presentes no plasma seminal apresentaram associação significativa com
parâmetros de qualidade do sêmen congelado, tanto na análise inter-machos, como
na intra-machos. Dentre estas nove proteínas, duas dela, que possuem peso
molecular de 28 e 100 kDa foram associadas, respectivamente, com a motilidade
pós-descongelamento e com a integridade da membrana espermática précongelamento
e pós-descongelamento (P < 0,05), sendo, portanto, potenciais
candidatas a marcadores bioquímicos para qualidade de sêmen de suínos.