A formação inicial de professores para educação profissional e tecnológica: o curso de formação pedagógica para graduados não licenciados do iIFSul, campus Pelotas
Resumo
A pesquisa trata da formação inicial de professores para Educação Profissional e Tecnológica, tendo como questão orientadora: como se constitui o Curso de Formação Pedagógica para Graduados não Licenciados do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, Campus Pelotas? Para responder a essa indagação, organizou-se uma investigação de abordagem qualitativa. E, para tanto, foram traçados dois objetivos específicos, perseguidos ao longo do estudo: contextualizar e caracterizar o Curso de Formação Pedagógica para Graduados não Licenciados e analisar a proposta de formação do referido curso. Com vistas a traçar as bases da investigação, apresenta-se referencial teórico em que são discutidas, de forma breve, a formação inicial de professores no Brasil e as políticas de formação de professores. Na sequência, apresenta-se o resultado de uma pesquisa do tipo Estado do Conhecimento, em que foi possível perceber a escassez de trabalhos de investigação sobre o tema, a diversidade de termos/nomenclaturas que cercam a formação inicial dos docentes da Educação Profissional e Tecnológica, bem como, elementos importantes para que se possa pensar o futuro desta. Em continuidade, foram utilizados como corpus de análise: o Projeto Pedagógico do Curso de Formação Pedagógica para Graduados não Licenciados, ofertada a bacharéis e tecnólogos, a Resolução CNE/CP nº 2/2015, que define as diretrizes da respectiva formação, e entrevistas semiabertas, realizadas com professores formadores e gestores do referido curso, submetidos à Análise de Conteúdo. A partir disso, foram construídas quatro categorias temáticas: (i) Formação – ênfase na Educação Profissional; (ii) Caracterização e atuação dos professores formadores; (iii) Estágios; (iv) Perfil dos professores em formação, Reconhecimento do curso e Diplomação. Como resultados, evidencia-se que a formação inicial, com ênfase para a EPT, assume uma nova perspectiva, a partir das diretrizes de 2015, apresentando alternativa a uma superação do caráter emergencial e provisório, historicamente
herdado, para a formação de professores que atuam na Educação Profissional e Tecnológica. Além disso, as políticas para a formação inicial de professores para a EPT possibilitam a formação em licenciatura na área específica dos profissionais que
buscam o curso em questão. Outra importante constatação é o potencial do trabalho coletivo, tanto na produção do projeto de curso, como princípio assumido na propositura dos estágios, possibilitando a articulação entre conhecimentos específicos
e pedagógicos por meio do diálogo e do trabalho conjunto. Também, evidencia-se o ingresso de profissionais egressos de cursos de bacharelado e de tecnologia, bem como, de cursos que tradicionalmente oferecem a licenciatura. Por fim, destaca-se
que para que a formação inicial de professores da Educação Profissional e Tecnológica possa se estabelecer é fundamental que se obtenha reconhecimento social, como trajetória necessária à profissionalização docente, reafirmando a importância do estudo do Curso de Formação Pedagógica para Graduados não Licenciados, em 2018, que, ao ser estabelecido como licenciatura, com base na Resolução CNE/CP nº 2 de 2015, constituiu-se em um curso inovador e apresenta-se como alternativa de formação inicial docente, com ênfase na Educação Profissional e Tecnológica, para bacharéis e tecnólogos, passível de superar o caráter
emergencial e provisório presente nas formações anteriores.