Bioprospecção em algas subantárticas no estudo do tratamento do câncer de bexiga
Fecha
2019-10-25Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As macroalgas são reservas de biomoléculas importantes de interesse biotecnológico e farmacêutico, cujo conteúdo pode variar conforme estes organismos estabelecem respostas metabólicas frente aos desafios bióticos e abióticos nos quais estão envolvidos. Nos últimos anos tem crescido o número de investigações que buscam elucidar o comportamento de polissacarídeos e lipídeos de macroalgas como terapêutica antitumoral. A ecorregião de Magalhães, localizada na porção subantártica do Chile, é marcada como uma porção continental de alta latitude que apresenta baixo fotoperíodo no inverno e alto no verão. Variações entre espécies e sazonais podem influenciar seu estado reprodutivo e biomassa e, portanto, sua prospecção em alimentos, uso cosmetológico ou farmacológico. Este trabalho teve como objetivo investigar na literatura a estrutura e atividade antitumoral de fucoidan, um polissacarídeo sulfatado, e sua ação no câncer de bexiga (BC). Também foi objetivo deste trabalho determinar o perfil de ácidos graxos (FAs) da macroalga subantártica Mazzaella laminarioides nas fases vegetativa, tetrasporofítica e cistocárpica no inverno e no verão e avaliar a atividade antitumoral dessas FAs contra células tumorais de bexiga da linhagem T24. Os achados apontam para uma resposta favorável do uso de polissacarídeos e lipídeos derivados de macroalgas no BC. Dados da literatura apontam as fucoidanas como moléculas estratégicas na terapia antineoplásica no BC, na medida em que possuem atividade antiproliferativa, antiangiogênica e antimetastática, além de reduzir a toxicidade e produzir menos efeitos colaterais quando combinada com quimioterápicos covencionais. Sobre os lipídeos da macroalga subantártica M. laminarioides, foram encontrados dezenove FAs, e a composição variou de acordo com o estado reprodutivo e a estação em que as algas foram coletadas. A atividade citotóxica desses FAs foi avaliada em células de BC da linhagem T24, cuja viabilidade celular diminuiu de maneira dependente da concentração e do tempo. A atividade citotóxica mais significativa dos FAs, bem como a maior condensação da cromatina observada pela coloração com DAPI, foi observada na concentração de 200 μg/mL em 48 h. Tomados em conjunto, os resultados indicam que os polissacarídeos e lipídeos derivados de macroalgas têm potencial para reduzir a proliferação em células de BC, assim como prospectam a região subantártica chilena como favorável na obtenção de macroalgas com elevado valor biotecnológico.