Esterois de macroalgas Phaeophyceae da Antártica: extração e análise por métodos cromatográficos
Abstract
A região Antártica é caracterizada por grande diversidade de macroalgas
Phaeophyceae, no entanto, até o presente momento, a literatura possui poucas
informações a respeito das moléculas bioativas presentes nessas macroalgas. O
presente estudo propôs uma nova metodologia para a extração de esterois presentes
na macroalga parda Desmarestia anceps. A nova metodologia de extração,
empregando o ultrassom em temperatura ambiente, demonstrou ser mais eficiente
para a extração dessas moléculas, quando comparada a outras metodologias
descritas na literatura (extrações com a agitação magnética e irradiação micro-ondas).
Os extratos obtidos foram analisados por cromatografia gasosa, com detector de
ionização em chama (CG/FID) e cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de
massas (CG/MS), permitido a identificação e quantificação de sete esterois
(brassicasterol, campesterol, colesterol, ergosterol, estigmasterol, fucosterol e βsitosterol) presentes nas macroalgas. A metodologia de extração mostrou uma
eficiência quando comparadas com as demais técnicas propostas, com taxas de
recuperação de extração obtidas em 20 minutos e amplitude de 40% na extração. A
metodologia de extração via ultrassom proposta foi aplicada em seis espécies de
macroalgas pardas originárias da Antártica: Adenocystis ultricularis, Ascoseira
mirabilis, Cystosphaera jacquinotii, Desmarestia anceps, Desmarestia Antarctic e
Hymantothallus grandifolius. Os extratos foram analisados por cromatografia líquida
de alta eficiência, acoplada a espectrômetro de massas, com ionização química a
pressão atmosférica (HPLC/APCI-MS/MS), permitindo a identificação e quantificação
dos esterois presentes nas seis macroalgas pardas. Dentre os esterois analisados, o
fucosterol apresentou os maiores teores nas macroalgas, seguido do Estigmasterol e
β-sitosterol. O campesterol foi o esterol encontrado em menor proporção nas
macroalgas pardas. A macroalga H. grandifolius exibiu a maior concentração de
esterois e a alga D. Antarctic apresentou a menor concentração de esterois em sua
composição. Os dados obtidos demonstram que o perfil de esterois das macroalgas
pardas da Antártica são promissores, para um posterior isolamento desses compostos
com o fucosterol, Estigmasterol e β-sitosterol que têm um grande potencial terapêutico
e biológico.