Carragenana extraída da macroalga Gigartina skottsbergii: uma proposta molecular de sonda para a detecção do vírus SARS-CoV-2
Abstract
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou como pandemia a infecção causada
por SARS-CoV-2 (COVID-19), que se espalhou rapidamente pelo mundo. O COVID 19, geralmente, causa sintomas de 2 a 14 dias após a infecção. A triagem desses
pacientes é considerada fundamental para o manejo da contaminação viral. Por se
tratar de uma doença de transmissão rápida e sem cura, o diagnóstico precoce tem
se mostrado fundamental na avaliação dos casos suspeitos, principalmente quanto
aos níveis de contágio. Para isso, espécimes de Gigartina skottsbergii foram coletados
na ecorregião subantártica chilena. A carragenana foi extraída, caracterizada e
quantificada. Após incubação de 24 horas com uma suspensão viral de SARS-CoV-2
inativada, foi realizado o teste para avaliar a capacidade da carragenana de se ligar
ao SARS-CoV-2. O RNA viral ligado à sonda foi então quantificado usando o método
de transcrição reversa (RT-qPCR) e o método de ensaio de amplificação isotérmica
mediada por loop de transcrição reversa (RT-LAMP). A partir dos resultados, foi
verificado que a carragenana de algas marinhas tem um espectro semelhante à
carragenana comercial, sendo que ambas alcançaram uma excelente proporção de
ligação ao SARS-CoV-2 com um rendimento de 8,3%, sendo também detectado RNA
viral no ensaio RT-LAMP. Este estudo mostra, pela primeira vez, a capacidade de
ligação da carragenana extraída de algas subantárticas chilenas, que apresentam
baixo custo e alta eficiência para ligação às partículas virais SARS-CoV-2.