Buserelina em protocolos de inseminação artificial em tempo fixo em ovinos
Resumo
A adição de buserelina na inseminação artificial em tempo fixo (IATF) pode aumentar
a sincronia das ovulações e a taxa de prenhez. Para testar essa hipótese, foram
realizados três experimentos utilizando 445 ovelhas durante a estação reprodutiva
(março e abril). Em todos os experimentos os animais permaneceram com dispositivo
vaginal impregnado com progestágeno (DIV) por sete dias e receberam 250 µg de
agente luteítico (cloprostenol) no momento da retirada do DIV (dia 7 = D7). No D9 (54h
após a retirada do DIV), as ovelhas foram submetidas à IATF cervical superficial
utilizando 100 x 106 espermatozoides móveis contidos em um pool de sêmen coletado
de quatro carneiros com fertilidade conhecida. No Exp. 1, no D7, as ovelhas (n = 30)
foram alocadas em três grupos: eCG (200 UI na retirada do DIV; n=10); eCG+GnRH
(200 UI de eCG na remoção do DIV e 4 µg de buserelina 36 h depois; n=10); ou GnRH
(buserelina 36 h após a remoção do DIV; n=10). Amostras de sangue foram coletadas
2, 6 e 12 dias após a IATF (54 h após a remoção do DIV) para análise dos níveis
séricos de P4. No Exp. 2, também no D7, as ovelhas foram alocadas em dois
tratamentos: eCG (n = 45) 200 UI de eCG na retirada do DIV; ou GnRH (n = 40) 4 µg
de buserelina na IATF. No Exp. 3, no D7, os animais foram distribuídos aleatoriamente
em dois tratamentos: eCG (n = 183) 200 UI de eCG; e eCG-GnRH (n = 147) 200 UI
de eCG no D7 e 4 µg de buserelina no momento da IATF. A gestação foi diagnosticada
por ultrassonografia transretal 24 dias após a IATF. Os dados da gestação foram
analisados pelo teste qui-quadrado. Os dados de níveis séricos de progesterona foram
analisados usando modelos mistos para dados repetidos. Para ambos, p≤0,05 foi
considerado significativo, No Exp. 1, não houve efeito significativo de grupo (p=0,66)
ou grupo x dia (p=0,24) sobre a concentração de P4, sendo observado efeito
significativo apenas do dia da coleta (p=0,001). No Exp. 2, a taxa de prenhez foi menor
(p<0,05) no grupo GnRH que no grupo eCG. No Exp 3, a taxa de prenhez aumentou
(P=0,05) de 40,7% para 50,3% quando utilizado eCG-GnRH. Os resultados indicam
melhora na taxa de prenhez com o tratamento com buserelina no momento da IATF
quando a eCG é administrada na retirada do DIV. O uso isolado de buserelina, no
momento da IATF, não substitui o tratamento com eCG. Os níveis séricos de
progesterona não é alterada após tratamento com eCG, eCG+GnRH ou GnRH.