Influência da associação do exame de tomografia computadorizada Cone Beam no diagnóstico de casos endodônticos e periodontais de diferentes complexidades

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Data
2023-04-10Autor
Piecha, Maria Caroline Rios
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Um diagnóstico preciso é o primeiro passo para delinear o correto planejamento e resolução de um caso. Dentre as dificuldades de diagnóstico na Odontologia, as alterações que envolvam o canal pulpar e os tecidos de suporte periodontal parecem ser consideradas de alta complexidade de diagnóstico. A Tomografia Computadorizada Cone Beam (TCCB) pode ser indicada nesses casos, e cada vez mais no planejamento pré-operatório. O presente estudo transversal teve como objetivo principal comparar a avaliação entre a radiografia periapical (RP) e a TCCB na variação de diagnóstico de alterações endoperiodontais com dano e sem dano radicular. Um total de 60 especialistas, sendo 30 Endodontistas e 30 Periodontistas, avaliaram 10 casos que contemplavam alterações endodônticas e/ou periodontais; fraturas/trincas radiculares; perfurações radiculares; reabsorções radiculares e lesões endoperiodontais combinadas. Os casos clínicos foram avaliados primeiramente a partir da história clínica do elemento envolvido e radiografia periapical do mesmo (M1), e logo após, com associação do corte tomográfico do dente em questão (M2). Para cada avaliação, o provável diagnóstico da condição clínica foi estabelecido. Ainda, os especialistas determinaram a percepção da complexidade de diagnóstico e indicação de tratamento para cada caso quando já disponíveis os dois exames de imagem. Os testes estatísticos Qui-quadrado foi aplicado, considerando o nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que a variação diagnóstica entre M1 e M2 foi de 48,5% no geral. Na comparação entre Endodontistas e Periodontistas, não houve diferença estatística na variação diagnóstica com a TCFC (p=0,568) e na indicação de um tratamento conservador ou não (p=0,741). Porém, houve variação na percepção de complexidade diagnóstica (p=0,017), no qual os Endodontistas classificaram mais casos como de alta complexidade e os Periodontistas optaram pela média complexidade. Na
comparação entre as condições clínicas endoperiodontais especificamente houve diferença significativa (p<0.001) nas 3 categorias: variação diagnóstica, percepção de complexidade e indicação terapêutica. A TCCB fez diferença na avaliação
dessas alterações nos dois grupos, justificando sua solicitação ainda no momento pré-operatório em casos de alta complexidade. Conclui-se que a TCCB auxilia no diagnóstico de casos que envolvam tecidos pulpares e periodontais, podendo
interferir na estratégia terapêutica desses casos para esses especialistas. Os critérios de avaliação aplicados para o diagnóstico desses casos podem explicar a diferença na complexidade de diagnóstico estabelecida por Endodontistas e Periodontistas.