Estudo do comportamento corrosivo de uma liga soldada de alumínio 7003
Abstract
Um dos principais contratempos para aplicações do alumínio consiste no processo de soldagem, maiormente no caso de ligas endurecidas por precipitação, como as da série 7xxx. O processo de soldagem é desfavorável para as propriedades mecânicas, devido a modificação da microestrutura e da composição química, influenciadas tanto pelo material de adição como pelo gradiente de temperatura. Nesse tipo de liga, registra-se também a propensão a corrosão sob tensão (CST) e corrosão intercristalina (CI), provocada pela sinergia de tensão mecânica, associada a exposição em ambientes agressivos. O objetivo deste trabalho foi de analisar o comportamento corrosivo da liga de alumínio 7003-T4 soldada por processo gas metal arc weld (GMAW). Para tanto, analisou-se a micro-dureza superficial e sua correlação com os efeitos térmicos do processo de soldagem, assim como sua suscetibilidade a CI. Ainda investigou-se os efeitos da CST em corpos-de-prova submetidos a diferentes tensões, através da análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia por dispersão de energia de raios X (EDS) e cálculo das taxas de corrosão. Por fim, aplicou-se técnica eletroquímica, para análise do potencial de corrosão nas diferentes regiões da liga soldada. Na análise de micro-dureza a liga apresentou amaciamento na região da zona afetada pelo calor (ZAC), revelando nesta, grãos mais alongados e de maior área. O teste de suscetibilidade a CI, demonstrou que a liga soldada, sofreu difusão de elementos para formação de precipitados de MgZn2 no contorno dos grãos. Verificou-se que a velocidade de corrosão correlaciona-se com a tensão mecânica aplicada ao material. Para tensões na faixa de 300 e 400 MPa, registrou-se os maiores valores de taxa de corrosão, tendendo a uma estabilização. Através das micrografias observou-se que, para a região da ZAC, quanto maior a tensão, maior a área de formação de precipitações, já na região do metal base (MB) verificou-se uma estabilização da área de precipitações independente da tensão. Para ambas regiões houve uma redução do tamanho médio das partículas de precipitados associada a elevação da tensão. Na polarização potenciodinâmica verificou-se que o ramo anódico das curvas exibiram comportamento de dissolução de metal ativo, devido ao aumento da densidade de corrente em conjunto com o potencial anódico. Verificou-se que a região da ZAC possuiu uma velocidade de corrosão na ordem de 4 vezes maior em comparação ao MB. O maior valor de corrente de passivação verificado na ZAC, sugere que nesta região, ocorreu uma maior degradação da capacidade de passivação.