Sensor eletroquímico baseado em nanoestruturas de carbono para monitoramento contínuo de glicose em animais
Resumo
A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio de regulação da glicose no sangue que garante energia para o organismo. Dentro da Medicina Veterinária, a DM é uma das endocrinopatias mais diagnosticadas em clínica de pequenos animais, podendo acarretar sérias complicações. Portanto, quando o diagnóstico é feito de forma correta, e sua monitoração e tratamento são realizados, pode levar à estabilização da doença e qualidade de vida prolongada. O método mais comum para monitoração no dia a dia é a mensuração capilar, porém esta pode causar estresse nos animais, ocasionando muitas vezes a falha no tratamento. Assim, um dispositivo de monitoramento de glicose contínuo é indicado, por ser menos invasivo e fornecer dados sobre variações na concentração de glicose intersticial, porém apresenta custo elevado. Desta forma, o presente trabalho visou produzir um biossensor de glicose mais acessível em relação ao disponível no mercado. O mesmo foi produzido por meio de plataformas condutoras compostas por eletrodos de grafeno induzido por laser, que foram caracterizadas eletroquímica e morfologicamente. Foram estudadas também modificações com diferentes nanopartículas, a fim de aumentar a sensibilidade e estabilidade da plataforma sensora, visando a obtenção de um biossensor de glicose mais barato. A partir da modificação dos sensores com sulfato de cobre com adição de ureia, obteve-se sensores com baixo limite de detecção (10,46 µM), boa sensibilidade e resposta na faixa de concentração de glicose entre 3 e 4000 µM, além de apresentar eletrodos morfologicamente mais uniformes e homogêneos. A síntese de nanoestruturas de cobre através do processo de gravação direta a laser mostrou-se eficaz, simples, rápida e de baixo custo, tornando esta rota promissora para futuros estudos.