Mudança de direção no futebol: a relação com diferentes habilidades físicas

Abstract

A capacidade de mudar de direção (CMD) tem sido amplamente estudada, parecendo desempenhar um papel essencial no sucesso dos atletas de futebol (MUJIKA et al., 2009; GORAL, 2015). Devido a essa característica complexa e à frequência com que as mudanças de direção ocorrem no jogo, é essencial identificar seus impactos no desempenho físico, uma vez que a CMD pode resultar em tempo adicional durante o deslocamento (LOTURCO et al., 2019). Essa diferença de tempo entre a CMD e as corridas lineares é chamada de déficit de CMD (DCMD) e é proposta como a melhor estratégia para avaliar a CMD no futebol (LOTURCO et al., 2018). Estudos que investigaram jovens atletas de futebol relataram que velocidades lineares mais altas podem não estar associadas a um DCMD, sugerindo que outras capacidades físicas podem impactar diretamente essa variável, como a força muscular (LOTURCO et al, 2018). Nesse sentido, até onde nosso conhecimento alcança, os estudos atuais estão dedicados a identificar a variável com uma maior relação com os valores de DCMD (LOTURCO et al., 2018). Portanto, é pertinente que haja uma possível identificação e quantificação da relação de diferentes capacidades físicas na CMD em diferentes esportes coletivos, o que, no campo prático, poderia otimizar o processo de treinamento, uma vez que essas capacidades são aprimoradas de forma isolada ou em pequenos conjuntos (FAUDE et al., 2019). Considerando esse cenário, o presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre a força dinâmica máxima, a velocidade linear e a potência muscular com o DCOD em jovens atletas de futebol.