Atividade in vitro de extratos de macrofungos sobre o oomiceto patógeno Pythium insidiosum
Abstract
P. insidiosum é um agente etiológico da pitiose, enfermidade que atinge
principalmente o tecido subcutâneo de mamíferos que habitam regiões tropicais,
subtropicais e temperadas. O desenvolvimento de Pythium sp. depende de fatores
abióticos no ecossistema, como áreas alagadas e temperatura. Podem ser sapróbios
ou parasitas de animais e plantas. No Brasil, país endêmico da doença, os equinos
são os mais atingidos e os tratamentos para pitiose, mesmo com o avanço das
pesquisas, ainda não estão totalmente estabelecidos. Esse estudo avaliou o
potencial in vitro anti-P. insidiosum de extratos aquosos, hidro-alcoólicos e etanólicos
de macrofungos silvestres do sul do Brasil. Extratos aquosos, etanólicos e hidroalcoólicos foram preparados a partir das espécies Auricularia auricula, Amanita
gemmata, Amanita muscaria, Gymnopilus junonius Lactarius deliciosus, Laccaria
laccata, Psilocybe cubensis, Russula xerampelina. Os testes de suscetibilidade in
vitro foram realizados frente a 18 e 11 isolados de P. insidiosum empregando a
técnica de microdiluição e seguindo o protocolo M38-A2 do Clinical and Laboratory
Standards Institutes (CLSI). Os extratos de R. xerampelina hidro-alcoólico e
etanólico 95% evidenciaram atividade anti-P. insidiosum nas concentrações
inibitórias mínimas que variaram de 1,87- 7,50 mg/ml. E demais espécies de
cogumelos testados não apresentaram efeitos inibitórios no crescimento in vitro de
P. insidiosum. Este é o primeiro estudo a avaliar a atividade antimicrobiana de
cogumelos sobre oomicetos, evidenciando o potencial antimicrobiano do macrofungo
R. xerampelina sobre o patógeno P. insidiosum. Sugere-se que a busca por outras
espécies de cogumelos com ação anti-P.insidiosum deve ser ampliada.