A igreja evangélica e as eleições : o envolvimento da Igreja Assembleia de Deus nas eleições presidenciais de 2018 na cidade de São Leopoldo
Resumen
A presente dissertação analisa a participação da Igreja Assembleia de Deus de São Leopoldo
nas eleições de 2018. Nas últimas décadas houve um aumento considerável do número de
evangélicos no Brasil – um país que tem o maior número de católicos no mundo também
apresenta um dos maiores contingentes de evangélicos do planeta. Há uma transição religiosa
em curso no país, na qual o Demógrafo José Eustáquio Diniz aponta que haverá a superação
dos católicos pelos evangélicos até 2030, mantida esta velocidade de crescimento da adesão.
Dentre os evangélicos, a segunda maior igreja do Brasil – Assembleia de Deus, organizada no
país há 113 anos, tem mais de 12 milhões de fiéis, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. Também, segundo o IBGE, representa 30% deste
segmento multifacetado e que tem centenas de denominações que estão estruturadas em
território brasileiro. Nesse ambiente, essencialmente popular, pobre, preto e feminino é que
vamos traças caminhos históricos e compreender as motivações religiosas que geram a
mobilização e a agregação em determinadas candidaturas nas eleições presidenciais. Mais
especificamente queremos entender o porquê de a Igreja Assembleia de Deus de São Leopoldo,
cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, com mais de 217 mil habitantes, segundo o
censo (IBGE, 2022) aderiu majoritariamente à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições
de 2018 e procurar entender como esta igreja instalada na cidade há mais de 80 anos agiu nestas
eleições. A Igreja Assembleia de Deus de São Leopoldo apresenta, segundo o Censo (IBGE,
2010) um contingente de 15 mil aderentes, de um total de 54 mil evangélicos que foi levantado
pelo mesmo Censo na cidade.