Neoliberalismo na Educação: uma análise do ensino híbrido
Resumo
A presente dissertação, que tem como tema o ensino híbrido e como objeto de pesquisa a sua constituição enquanto uma estratégia de racionalidade neoliberal e suas repercussões na educação básica, consiste em um trabalho de caráter
exploratório e de abordagem qualitativa, que apresenta como método de produção dos dados a pesquisa documental de fontes diversificadas na internet e estabelece a sua análise a partir de uma leitura discursiva de inspiração teórico-metodológica pós-crítica foucaultiana. Considerando o contexto educacional vivenciado durante a pandemia de COVID-19, no qual o ensino híbrido se (re)configurou como uma das alternativas empregadas para o desenvolvimento dos processos educacionais,
preocupa-se com as discursividades relacionadas a ele e com seus possíveis efeitos sobre a educação básica. Ao considerar os discursos sobre o ensino híbrido buscou-se: primeiramente, mapear a relação das organizações, fundações e associações da
sociedade civil com o ensino híbrido, observando a presença de redes de governança e redes políticas em educação; em seguida, identificar as definições e compreensões, considerando os entendimentos em disputa em torno das perspectivas de ensino, aprendizagem e formação, relacionadas ao ensino híbrido nos discursos dele decorrentes; e por fim, a partir desses movimentos, percebeu-se certas regularidades discursivas presentes nas enunciações, que foram organizadas em três eixos analíticos, compostos: i) pelo entendimento da flexibilização como imperativo nas práticas pedagógicas e métodos de ensino; ii) pela percepção da gestão de si como capacidade primordial para a formação do sujeito educacional; iii) pela presença dos processos de privatização da educação. De tal forma, as análises empreendidas e os eixos evidenciaram a centralidade no caráter flexível do ensino híbrido, sustentando a sua compreensão como uma estratégia de racionalidade neoliberal.