Manejo nutricional e práticas de raleio como estratégias para o aumento da produtividade e qualidade dos frutos de Prunus persica
Resumo
Redução de custos e aumento de eficiência são os desafios do setor produtivo para
as próximas décadas. Como estratégias para aumentar a produtividade dos pomares
e a qualidade dos frutos de pessegueiros na região sul do Brasil, duas práticas
podem ser utilizadas para melhorar o redimento cultural e econômico: o raleio dos
frutos e o manejo da nutrição das plantas. Neste sentido, objetivou-se com o
presente trabalho avaliar novas técnicas de raleio de frutos e o manejo da nutrição
de plantas, buscando eficiência produtiva e a manutenção da qualidade de Prunus
persica. Para tanto os ensaios realizados são apresentados em oito artigos, a seguir
descritos. O artigo 1 intitulado “Mechanical flower thinning in peach trees” teve como
objetivo avaliar o efeito do raleio mecânico em flores de pessegueiros com distintos
equipamentos. Verificou-se que produção dos pessegueiros foi alterada pelo raleio
mecânico das flores e os equipamentos Carpa Electro®
e derriçadeira são eficientes
para realizar o raleio mecânico, além de reduzir o tempo de execução desta prática.
O artigo 2, “Raleio mecânico como alternativa no cultivo de pessegueiros”, avaliou a
eficiência do raleio mecânico com os equipamentos Carpa Electro®
e derriçadeira
em frutos e flores de pessegueiros. Observou-se que os equipamentos testados
foram eficientes em realizar o raleio e reduzem o tempo da execução desta
operação. O raleio manual de frutos e o raleio mecânico de flores com o
equipamento derriçadeira proporcionaram o aumento da produção por planta e o
aumento do diâmetro dos frutos. O artigo 3, “Raleio mecânico de frutos e flores em
pessegueiros” teve como objetivo testar a eficiência de dois dispositivos mecânicos
no raleio de frutos e flores em pessegueiros e a influencia nas características de
produção e qualidade dos frutos. Constatou-se que o raleio mecânico associado
com o raleio manual nos pessegueiros demonstrou ser uma alternativa viável ao
raleio manual de frutos. Ambos os equipamentos testados podem ser utilizados para
a realização do raleio em pessegueiros, pois não alteram os índices produtivos e
qualidade dos frutos. O artigo 4, “Adubação nitrogenada na produtividade e
composição mineral de genótipos de pessegueiros” teve como objetivo avaliar o
efeito da adubação nitrogenada de manutenção na composição mineral das folhas,
no desenvolvimento das plantas e na produção de diferentes genótipos de
pessegueiros cultivados em alta densidade de plantio. Não foi possível definir a
melhor dose de N, pois até a dose de 180 Kg ha-1
de N foi insuficiente para obter o
máximo rendimento. O incremento das doses de N aumenta o teor do N nas folhas e
a adubação nitrogenada não altera os teores foliares de potássio, cálcio e magnésio.
O artigo 5, “Nitrogen fertilization associated with cold storage and its impacts on the
maintenance of peach quality” avaliou o efeito da combinação de doses de adubação nitrogenada e de diferentes períodos de armazenamento refrigerado nas
características físico-químicas e fitoquímicas de pêssegos na pós-colheita. Os
compostos fenólicos e atividade antioxidante decrescem com o incremento de
nitrogênio no solo, bem como durante o avanço dos dias de armazenamento. O
artigo 6, “Adubação potássica e seu impacto na produção e composição mineral de
pessegueiros” teve por objetivo avaliar os parâmetros produtivos de pessegueiros
submetidos às distintas doses de adubação potássica e estabelecer o nível crítico
deste nutriente no solo e nas folhas. A adubação potássica aumentou os teores de
potássio nas camadas de 0-10 e 10-20 cm de profundidade do solo, bem como nas
folhas dos pessegueiros. A produtividade dos pessegueiros responde à aplicação de
potássio e o nível crítico estabelecido entre a produção e o teor foliar foi de 28,4 g
kg-1
de K nas folhas dos pessegueiros. O artigo 7, “Effect of potassium fertilizers
associated with cold storage on peach quality” teve como objetivo avaliar o efeito da
combinação de doses de adubação com K e diferentes períodos de armazenamento
nas características físico-químicas e fitoquímicas de pêssegos. As doses de 40 e
160 kg ha-1 K2O proporcionaram altos teores de compostos fenólicos e atividade
antioxidante, mas a dose de 160 kg ha-1 K2O reduz a perda de massa após 20 + 1
dias de armazenamento. A firmeza da polpa, compostos fenólicos, atividade
antioxidante e carotenóides dos pêssegos decrescem durante o armazenamento a
frio. O artigo 8, “Fertilização orgânica e carga de frutos na composição mineral,
produção e qualidade de nectarinas na Itália” teve como objetivo avaliar a eficiência
de adubos orgânicos em duas cultivares de nectarinas com carga alta e baixa de
frutos, para verificar seu efeito no solo, no estado nutricional das plantas e nos
índices produtivos. O esterco bovino e o composto alteram as concentrações de
amônio e nitrato no solo. A adubação orgânica não influenciou a produção por
planta, número de frutos por planta, massa dos frutos e sólidos solúveis nas duas
cultivares. Os resultados obtidos neste trabalho configura uma oportunidade de
consolidar novas práticas de raleio e de manejo nutricional das plantas, como uma
resposta tecnológica para atender a cadeia produtiva de Prunus persica.