Possível potencial protetor da suplementação com micronutrientes contra o dano oxidativo em modelo de indução de obesidade por dieta em ratos Wistar

Abstract

O aumento no consumo de alimentos ultraprocessados demonstra importante correlação com o crescimento da prevalência de obesidade. Estes alimentos possuem um perfil nutricional empobrecido, com baixo aporte de vitaminas e minerais e rico em calorias advindas da adição de açúcares e gorduras saturadas em seu processamento industrial (LOUZADA et al., 2018). A composição dos ultraprocessados em relação ao perfil de vitaminas e minerais é de interesse tendo em vista a ação essencial destes micronutrientes na homeostase redox, com diversas vitaminas possuindo atividade antioxidante direta ou indireta e neutralizando as espécies reativas de oxigênio (EROs). O desequilíbrio na produção de EROs pode levar ao estresse oxidativo, resultando em danos a lipídeos, proteínas e DNA, associados ao desenvolvimento de comorbidades na obesidade (GULCIN, 2020). O presente trabalho apresenta resultados de um estudo pré-clinico realizado com ratos Wistar, no qual foi avaliado o impacto de dietas hipercalóricas contendo crescente conteúdo de ultraprocessados. A hipótese inicial do estudo era de que os grupos com alimentos ultraprocessados demonstrariam maior consumo e consequentemente maior ganho de peso, o que seria acompanhado de maior estresse oxidativo. Entretanto, embora os parâmetros antropométricos tenham confirmado o potencial obesogênico das dietas intervenção, os resultados referentes aos parâmetros oxidativos contrariaram essa hipótese, como apresentado a seguir. Frente ao exposto, a investigação do papel dos micronutrientes em dietas obesogênicas é relevante frente a crescente evidência do envolvimento do estresse oxidativo na patologia da obesidade. Dessa forma, possibilita-se a investigação de novas estratégicas terapêuticas nutricionais para este importante problema de saúde pública.