Protocolos para conservação ex situ de recursos genéticos de Butia (Arecaceae) e Solanum (Solanaceae)
Resumo
Buscar alternativas que conservem os recursos genéticos nativos e silvestres da
biodiversidade brasileira é extremamente necessário, pela manutenção da
diversidade vegetal e para garantir o futuro da base alimentar humana. Dessa
forma, o presente estudo visa adaptar protocolos de conservação ex situ que
podem atender a conservação em longo prazo de espécies do gênero Butia e
espécies de batata silvestre. Para espécies de Butia foram realizados o cultivo
in vitro, a organogênese e metodologias de criopreservação. Para o gênero Butia
obteve-se êxito no cultivo in vitro das três espécies analisadas, utilizando 4,5 µM
de 2,4-D (ácido 2,4 diclorofenóxiacético), alcançando 90% de germinação em
Butia odorata (Barb. Rodr.) Noblick, 80% para Butia lallemantii (Deble &
Marchiori) e Butia exilata Deble & Marchiori. Para organogênese o tratamento
com 35,60 µM de silício, promoveu o desenvolvimento de parte área sendo 96%
para B. odorata, 88% para B. lallemantii e 75% para B. exilata. Na
criopreservação os melhores resultados foram obtidos com a adaptação da
droplet vitrificação, com 80% de germinação dos embriões criopreservados de
B. odorata, 65 % para B. lallemantii e 75% para B. exilata. O presente trabalho
permitiu a criopreservação das três espécies do gênero Butia, podendo assim
disponibilizar esse material genético em criobancos, ressaltando que esses
resultados são inéditos para as espécies para B. lallemantii e B. exilata. Para as
espécies de batata silvestre realizou-se a micropropagação, a produção de
unidades encapsuláveis e a germinação de sementes botânicas e a
criopreservação, utilizando a metodologia de congelamento rápido, tanto para
material vegetal estabelecido in vitro, como para sementes botânicas. Na
micropropagação não houve diferenças significativas para a concentração de
sais do meio de cultivo e sem necessidade da utilização de reguladores de
crescimento, para indução de brotações ou enraizamento, obtendo-se mais de
90% de aclimatização para as plântulas de, S. chacoense, S. malmeanum e S.
calvencens. Para a composição da matriz de encapsulamento, o melhor
resultado foi com 50% de sais do meio de cultivo em que houve 96% de
germinação das cápsulas de S. chacoense. Na criopreservação ocorreram 82%
de regeneração de gemas de S. chacoense, 72% para S. malmeanum na
metodologia de encapsulamento, saturação e vitrificarão, enquanto para S.
calvencens houve 96% de regeneração das gemas no encapsulamento e
vitrificação. Para a germinação das sementes botânicas, indica-se o tratamento
T2 (imersão em solução contendo 250 µM de GA3), em que 92% de germinação
ocorreu em S. malmeanum, 40% para S.commersonii e S. tuberosum 72%. Na
criopreservação de sementes botânicas com imersão em PVS2 por 30 minutos,
atingiu-se 68% em S. malmeanum, 28% S. commersonii e 65% S. tuberosum de
germinação.