Método de seleção de peixes com melhor tolerância a smoltificação através de marcadores MiRNAs

Abstract

Os salmonídeos são amplamente reconhecidos como os peixes mais cultivados e consumidos no mundo. De acordo com um relatório recente da FAO (2024), a produção global alcançou 130,9 milhões de toneladas, das quais 94,4 milhões são provenientes da piscicultura. No Brasil, o consumo de salmão aumentou expressivamente nos últimos 20 anos, impulsionado pelos benefícios nutricionais da carne e seu alto valor agregado (AGÊNCIA BRASIL, 2023). Um dos maiores desafios da aquicultura de salmonídeos é a smoltificação, um processo biológico essencial durante a transição da água doce para a salgada. Essa fase envolve mudanças fisiológicas, morfológicas e comportamentais significativas, que aumentam a demanda metabólica e podem suprimir o sistema imunológico, tornando os peixes mais vulneráveis a doenças. (BJÖRNSSON et al., 2011). Segundo o relatório do SERNAPESCA (2019), 11,20% das mortes de salmonídeos durante a smoltificação são atribuídas a problemas de osmorregulação, enquanto 23,90% são causadas por doenças infecciosas. A má adaptação dos peixes à smoltificação é a segunda maior causa de mortalidade de salmonídeos em criadouros, gerando perdas econômicas significativas na aquicultura (MORERA, 2021). Tendo em vista as perdas econômicas causadas pela alta mortalidade durante a smoltificação, a presente proposta representa uma inovação no setor de piscicultura, através do diagnóstico e seleção de salmonídeos com maior capacidade de adaptação a esse processo.