Carne vegetal industrializada: (re) invenção de sentidos, memórias e práticas alimentares veganas
Resumo
Este estudo pretendeu apreender sentidos atribuídos ao consumo da carne vegetal industrializada na constituição da memória alimentar a partir de práticas alimentares pautadas por perspectivas éticas, animalistas e ambientalistas. Tais particularidades fazem parte das características de grupos veganos, para quem o consumo de produtos e serviços prescinde de sacrifício e exploração animal. A pesquisa, realizada junto aos grupos veganos, com o aporte do método etnográfico e da técnica da observação participante, foi estruturada tomando sob perspectivas de análise complementares e interdependentes, práticas alimentares veganas e redes sociais em que se realiza compartilhamento de receitas que preveem a carne vegetal industrializada. Os saberes culinários associados aos preparos de receitas veganas elaboradas com base em carnes vegetais industrializadas são constitutivos do aprofundamento desta etnografia. Observa-se que (re) leituras de receitas veganas fazem parte de práticas alimentares atravessadas por perspectivas de proteção dos seres vivos e preservação dos recursos naturais. Essas adaptações são perpassadas por inovações tecnológicas da indústria de alimentos na produção da carne vegetal industrializada. É por meio dessas práticas alimentares, ajustadas às éticas animalista e ambientalista, que ocorrem (re) significações na constituição da memória alimentar