Análise de custos e de desfechos clínicos e funcionais de overdentures mandibulares ao longo de 5 anos
Abstract
Este estudo avaliou o impacto de overdentures mandibulares retidas por 2 implantes de diâmetro reduzido (OM2) em uma coorte prospectiva (n=42), além de investigar OM2 com carga imediata versus convencional através de um ECR (n=20) e os custos do tratamento ao longo de 5 anos no âmbito do SUS. Para isso, os desfechos avaliados foram: i) clínicos: referentes à saúde periimplantar; ii) radiográficos: de perda óssea marginal e índice de área posterior; iii) qualidade de vida relacionada à saúde bucal através dos questionários OHIPEdent e impacto na vida diária - DIDL; iv) a influência da troca do sistema de retenção da OM – attachment Equator na qualidade de vida; v) a influência de características do paciente na perda óssea marginal: gênero, tempo de edentulismo mandibular, atrofia, síndrome da combinação, classificação anteroposterior, perfil facial, presença de doenças crônicas (diabetes, hipertensão, artrite), além de desordens psicológicas; e vi) intercorrências protéticas. Para a análise dos dados foram utilizadas as análises de regressão simples, regressão multinível de efeitos mistos, regressão multivariada e teste de qui-quadrado a um nível de significância de 5%. Como resultados, observouse que, em 5 anos, houve manutenção na saúde periimplantar e nos níveis ósseos periimplantares, a troca do attachment Equator influenciou na qualidade de vida apenas no 4° ano e a POM também foi influenciada pelas características do paciente, tais como idade avançada, diabetes, tempo de edentulismo mandibular prolongado, perfil classe III e artrite. OM2 com CI apresentou comportamento clínico, radiográfico e funcional semelhante a CC, no entanto, após o 3° ano existe uma tendência de diminuição da satisfação com o tratamento. Os custos do tratamento com OM2 foram superiores no primeiro ano, com tendência a diminuir nos anos seguintes. A projeção do impacto orçamentário identificou que, em 5 anos, o tratamento com OM2 para a população idosa brasileira necessitaria de R$ 2 bilhões a mais que o tratamento usual, no entanto, esse investimento seria justificado pelas melhorias que a reabilitação com OM2 possibilita a seus usuários.