Densidade da filiação partidária e expansão territorial dos partidos políticos brasileiros (2012-2022)
Abstract
O objeto desta tese é a densidade da filiação partidária no Brasil, ou seja, o percentual de eleitores filiados a partidos políticos no país entre 2012 e 2022. O objetivo principal é verificar a relação entre a variação da densidade da filiação partidária e a expansão territorial dos partidos brasileiros nesse período, dimensionada pela criação de órgãos locais. A hipótese central é que a criação de diretórios e comissões provisórias pelos partidos nos municípios impacta positivamente na densidade da sua filiação local. No Brasil, apesar da disponibilidade de dados detalhados sobre filiação partidária, há poucos estudos que exploraram o tema, ademais não tenham relacionado esse fenômeno à expansão territorial dos partidos políticos. Com base na teoria organizativa dos partidos políticos, esta tese busca não somente preencher essa lacuna na literatura especializada, mas ampliar a compreensão dos partidos políticos como organizações, sua atuação no mercado eleitoral local e consequente aumento da densidade de filiação no Brasil. Portanto, foram selecionados 22 partidos políticos que possuíam registro no TSE no ano de 2009 devido à disponibilidade e confiabilidade dos dados sobre esses órgãos partidários disponíveis no site eletrônico do TSE, excluindo-se aqueles que foram criados, extintos, incorporados ou fundidos a outros partidos entre 2009 e 2022. Os dados referentes ao número de membros partidários e ao total de eleitorado de cada município foram agrupados por meio da linguagem de programação R e organizados em planilhas específicas no Excel para cada um dos partidos selecionados, possibilitando o cálculo da densidade da filiação local. As mesmas planilhas agruparam o número de órgãos partidários criados em cada município ao longo do período. Por fim, esses dados foram transportados para o SPSS, onde foram realizados os testes de regressão linear.