Novos complexos de Cu(II) contendo ligantes monodentados derivados de 4-(fenilcalcogênio)-1H-pirazol (Se, S) e tridentados naftalato-imina: Síntese, caracterização, avaliação da atividade antioxidante e citotoxicidade
Resumen
Os complexos 2a – 2c foram caracterizados por difração de raios X de monocristal, espectrometria de massas de alta resolução com ionização por electrospray (ESI-HRMS), espectroscopia na região do ultravioleta-visível (UV-vis) e no infravermelho (IV). Análise elementar (C,H,N) dos compostos 2a e 2b foi obtida para determinar a pureza desses compostos. Os compostos 2a – 2c apresentam características no estado sólido de complexos mononucleares, com coordenação de dois átomos de Npirazol e dois átomos de cloro frente ao átomo de Cu(II) com número de coordenação quatro e uma geometria quadrática. Já o complexo 2c possui características de um complexo dinuclear no estado sólido, com o número de coordenação cinco, dispondo de uma geometria piramidal quadrada. Em solução, o complexo 2c foi caracterizado como espécie monometálica por ESI-HRMS. Os complexos 2a e 2b foram estáveis em solução de DMSO por 24 h.
Estamos interessados na investigação das atividades biológicas de compostos de coordenação contendo cobre como centro metálico. Desta forma, os novos complexos 2a – 2c juntamente com complexos de Cu(II) 2d – 2h contendo ligantes bidentados e tridentados naftalato-imina com átomos doadores NNO, ONO e SNO foram aplicados em testes in vitro de avaliação da capacidade antioxidante desses novos compostos. Investigamos a capacidade de captura do radical livre ABTS+ e DPPH para as duas classes de compostos. Ainda, os compostos 2a – 2b foram avaliados em teste ex-vivo da inibição das espécies reativas (ER). No ensaio de avaliação antioxidante os ligantes 1a – 1c não apresentaram atividade antioxidante na eliminação dos radicais DPPH e ABTS+. Já os complexos 2a – 2c, apresentaram IC50 de 4,0 ± 1,2 μM, 8,0 ± 0,5 μM e 3,7 ± 2,2 μM, respectivamente, na eliminação do radical DPPH. Na eliminação do radical ABTS+ obteve-se IC50 de 37,7 ± 1,8 μM para 2a. Os compostos 2b e 2c não apresentaram atividade nas doses testadas em ABTS+. Na eliminação de espécies reativas o composto 2a apresentou melhor inibição das ER em 10 μM, em comparação a 2b, com percentuais de eliminação de 63,6 ± 1,6 % (2a) e 55,6 ± 4,1 % (2b). A avaliação de citotoxicidade in vitro foram realizados empregando a linhagem V79 pelo método Vermelho Neutro. Os ligantes 1a – 1c e complexos 2a – 2c não exibiram citotoxicidade na linhagem celular V79 em baixas concentrações, com IC50 chegando a 63,6 μM (1a), 57,3 μM (2a), 54,3 μM (2b) e 41,1 μM (2c).
Estudos de estabilidade em solução de DMSO e PBS, assim como avaliação do comportamento redox foram realizados para classe de complexos de Cu(II) (2d - 2h) contendo ligante bidentados e tridentados naftalato-imina por técnicas de UV-Vis e voltametria cíclica, respectivamente. No estudo cinético os compostos foram estáveis em DMSO, no entanto, em PBS apresentaram um leve efeito hipocrômico, mas que não indica alterações estruturais. Todos os compostos apresentaram atividade redox, com valores relevantes de ΔE/mV para os complexos 2d, 2f e 2h. A avaliação de captura do radical DPPH e cátion radical ABTS+ foram realizadas em diferentes tempos. Os complexos 2d, 2e, 2f e 2h apresentaram atividades na eliminação do radical ABTS+ a partir da concentração de 5 μM, com percentuais chegando a 83,8 ± 0,1 %; 93,4 ± 0,2 %; 52,1 ± 0,4 %; 79,3 ± 0,6 %, respectivamente. Na avaliação antioxidante em DPPH, com exceção do complexo 2e, os complexos neutralizaram o radical DPPH a partir de 20 μM, com percentuais de 91,4 ± 1,4 (2d); 74,6 ± 7,7 (2f); 37,3 ± 6,8 (2g) e 95,2 ± 0,7 (2h).