Maternagem e iniquidades à prática de atividade física de lazer: um estudo qualitativo no extremo sul do Brasil
Resumo
O objetivo do trabalho foi identificar e discutir iniquidades que impedem ou dificultam o
acesso de mães às práticas de atividade física de lazer (AFL). Trata-se de uma
pesquisa analítica-descritiva com inspiração teórica na Saúde Coletiva, vertente crítica
de saúde que busca superar o modelo biomédico e priorizar o social ao tentar
compreender o processo saúde-doença. O público-alvo foram mães com filhos na
primeira infância que já praticaram alguma AFL. A divulgação ocorreu em cinco
Unidades Básicas de Saúde da Família de Rio Grande/RS. Os dados foram produzidos
por meio de uma entrevista abordando aspectos como rede de apoio, autocuidado,
trabalho doméstico e AFL. A análise foi feita através da Análise Textual Discursiva.
Foram entrevistadas nove mulheres entre 23-36 anos, com 1-4 filhos. Todas
consideraram o maternar como dificultador para se manter fisicamente ativa. As
principais dificuldades apontadas foram: sobrecarga do papel de cuidado, ausência da
rede de apoio e a sensação de culpa ao priorizar atividades solo. Como facilitadores,
foram apontadas escolas em turno integral e espaços kids. Consideramos que um
novo olhar sob as práticas já ofertadas e o fomento do Sistema Único de Saúde como
porta de entrada às AFL minimizaria iniquidades.