Problemas biopolíticos: corpo, raça e violência
Resumo
Na Contemporaneidade, as discussões sobre a biopolítica têm adquirido um espaço ampliado no âmbito acadêmico, em especial na Filosofia Política. Com base no pensamento de Michel Foucault (1926-1984), a presente pesquisa tem como enfoque analisar a recepção do conceito de biopolítica na América Latina e no Brasil, observando os modos como os autores e as autoras utilizam o léxico foucaultiano como “ferramentas teóricas” para analisar a atualidade. Em um mapeamento inicial, as teorizações de Foucault são apresentadas por meio dos campos de interdições nos quais as biopolíticas atuam. Essas áreas são: (i) medicina social e a questão da saúde pública; (ii) arquitetura urbana, formação das cidades e a segurança do território; (iii) o governo da população e a economia capitalista; (iv) corpo, raça e violência. A questão do corpo e da raça se destacam, tornando necessário o aprofundamento da investigação sob este viés. Desse modo, as contribuições de Achille Mbembe (1957–), Santiago Castro-Gómez (1958–), Sueli Carneiro (1950–) e Sílvio Almeida (1976–) são essenciais para a compreensão de como o pensamento de Foucault é abordado quando o enfoque é a relação entre corpo e raça, perpassados pela violência. Os “problemas filosóficos” são investigados enquanto “problemas biopolíticos”, que decorrem da intersecção entre o problema da administração da vida com as questões políticas do governo da população. O conjunto desses elementos teóricos mostra um caminho profícuo para se refletir criticamente acerca das formas como os indivíduos se comportam nas relações interpessoais. E ainda, contribui para o entendimento da relação entre o Estado e a população governada.

