Distúrbios do sono entre estudantes de uma universidade pública
Abstract
Este estudo faz parte do consórcio de Mestrado da turma 2017-2018 do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Objetivo: Investigar distúrbios do sono entre estudantes universitários. Métodos:
Estudo transversal com calouros da Universidade Federal de Pelotas, com idade ≥18 anos. O questionário foi auto-aplicado, entre os meses de novembro de 2017 e junho de 2018, sendo respondido pelos alunos em sala de aula em tablets. As perguntas
eram referentes ao mês anterior, e investigavam: duração insuficiente do sono (<6 horas/dia para <65 anos e <5 horas/dia para os demais), latência longa (>30 minutos), baixa qualidade auto-percebida (ruim/muito ruim), despertares noturnos (maioria das
noites/sempre) e sonolência diurna (maioria dos dias/sempre). As variáveis independentes englobaram características sociodemográficas e comportamentais. Análises ajustadas foram feitas com regressão de Poisson. Resultados: Foram avaliados 1.865 estudantes. As prevalências (intervalo confiança 95%) encontradas foram: 32,0% (29,6-33,9%) para sono insuficiente nos dias de aula, 18,6% (16,8- 20,6%) para latência longa, 30,0% (28,0-32,2%) para baixa-qualidade auto-percebida, 12,7% (11,2-14,3%) para despertares noturnos e 32,2% (30,1-34,4%) para sonolência diurna. O consumo de álcool associou-se ao maior número de distúrbios (duração insuficiente e latência longa nos dias de aula, baixa qualidade, despertares e sonolência), seguido do tabagismo (duração insuficiente nos finais de semana, despertares e baixa qualidade). Aulas no turno da manhã associaram-se com sono insuficiente nos dias de aula e sonolência diurna e o sexo feminino, com sonolência, baixa qualidade e despertares. Cerca de 50% dos estudantes apresentaram pelo menos um dos seguintes distúrbios: duração insuficiente nos dias de aula, latência longa e despertares noturnos. Conclusão: A prevenção do consumo de álcool e cigarros, bem como o início mais tardio das aulas do turno da manhã poderiam contribuir para a redução de alguns dos distúrbios do sono entre universitários.

