Efluente de parboilização do arroz: biorremediação e produção de biomassa

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Data
2019-02-19Autor
Fehrenbach, Gustavo Waltzer
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Mostrar registro completoResumo
A parboilização do arroz é um processo hidrotérmico que demanda elevado volume de água, gerando efluente de alta complexidade e potencial poluidor. O desenvolvimento de novos métodos de tratamento torna-se necessário, visto a limitação das técnicas atuais na tratabilidade deste efluente. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial da bioremediação e obtenção de biomassa no efluente da parboilização do arroz (EP), utilizando como agentes microbiológicos a levedura Saccharomyces cerevisiae e microalga Chlorella spp. isolada da lagoa pós-tratamento terciário. Foram avaliados parâmetros físico-quimicos: fósforo (P), nitrogênio total (NTK) e demanda química de oxigênio (DQO); e parâmetros microbiológicos: viabilidade celular e biomassa. Os cultivos com S. cerevisiae foram realizados em frascos aletados de 1 L, 180 rpm, 28 ºC e pH 5.5, e apresentaram 17,28% de remoção de fósforo, 74% de NTK, 55% de DQO, 1.79 x 109 UFC.mL-1 de viabilidade celular e 1,52 g.L-1 de biomassa em 48 h. A aplicação de S. cerevisiae na redução dos parametros físico-químicos é uma alternativa de baixo custo para auxiliar no tratamento e redução da complexidade do EP com geração de biomassa de ampla aplicabilidade como co-produto. Os cultivos com a microalga Chlorella spp. isolada foram realizados em reator cilindrico air lift com aeração por bomba, 16 h de luz (2000 lux), pH 7 e 28 ºC, e apresentaram remoções máximas de 82,48% de DQO e 92,96% de TKN gerando 3,1 g.L-1 de biomassa após 18 dias de cultivo. As concentrações de P oscilaram mas não houve remoção durante o cultivo. Ainda assim, esses resultados sugerem que a aplicação da microalga Chlorella spp. é uma alternativa para redução das concentrações de DQO e TKN no EP com geração de biomassa de aplicação comercial. A dispensabilidade de suplementação e adequação do meio, além da simplicidade de cultivo e monitoramento, destacaram o potencial do microorganismos utilizados no tratamento do EP, gerando 1,52 g.L-1 de S. cerevisiae e 3,1 g.L-1 de Chlorella spp. e taxas de remoção suficientes para adequar o EP a niveis regulamentados ou reduzir a complexidade do efluente que é encaminhado para estação de tratamento de efluentes. Novos estudos serão realizados utilizando S. cerevisiae e Chlorella spp. em maior escala e nível de controle de parâmetros, a fim de otimizar remoções, modelar o processo de tratamento e o aumento de biomassa.
