Ciência, Tecnologia e Sociedade na contemporaneidade: implicações educacionais tramadas ao pós-estruturalismo
Resumo
No presente trabalho, objetivou-se movimentar a perspectiva Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), articulando-a com a teoria pós-estruturalista, que promove outros caminhos e direções para o já dito e estruturado na educação, mais especificamente, no ensino de Ciências. Questionamentos fomentaram essa investigação: Como a Ciência, Tecnologia e Sociedade são atravessadas pela contemporaneidade? A CTS pode ser pensada com conceitos e movimentos do pós-estruturalismo? Visto que estudos e práticas CTS cada vez mais se consolidam nos espaços educacionais e a trama CTS no pós-estruturalismo ainda é pouco explorada, justifica-se o investimento realizado nesta dissertação. No que tange à metodologia, realizou-se pesquisa bibliográfica, realizada entre 2013 e 2014, em portais de hospedagem on-line: Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Os textos investigados foram escolhidos por meio da leitura de seus títulos, palavras-chave e resumos. Em um primeiro momento, efetivou-se uma busca ampla, procurando a compreensão e exploração de práticas CTS concretizadas, na qual foram selecionados doze textos. No segundo momento, na intenção de problematizar a temática, atualmente sustentada na teoria crítica, buscou-se publicações a partir do referencial teórico pós-estruturalista. Nesta etapa, encontrou-se três textos, que ofertaram pistas de referências para ampliar a discussão desta investigação nos conceitos de Ciência menor (DELEUZE; GUATTARI, 2012), Tecnologias do eu (FOUCAULT, 2008), e Sociedade disciplinar e de controle (FOUCAULT, 1987; DELEUZE, 1992). Na reunião dos saberes investigados, por meio da bibliografia utilizada, afirma-se em um pensamento científico que desenvolve a produção de sentidos para a educação, envolvendo uma prática filosófica. Nessa perspectiva, as ideias aqui reunidas realçam os conhecimentos agregados ao mundo, no afastamento de ideologias e preconceitos oriundos da Modernidade, pois prioriza a realidade social nos dias de hoje. Nessa trama, a Educação CTS é atravessada pelo vivido, reunindo procedimentos que não buscam respostas, mas questionamentos as verdades constituídas e um pensar deslocado da repetição do mesmo. É concebida não somente como um território que se aprende e ensina, mas igualmente capaz de produzir formas de experiências de si nas quais os indivíduos podem se tornar sujeitos de um modo singular em uma dada coletividade. Desse modo, a dissertação em questão contribui para uma análise que vá além do senso crítico já reivindicado nesse território, uma Tecnologia que considere o “eu” uma Ciência menor, inserida na ética e na estética da existência, na multiplicidade, procurando mobilizar o pensamento, diante das resistências em que é experimentado.
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