A sociologia educacional no Brasil (1946-1971): análise sobre uma instituição de ensino católica
Resumo
A história do ensino da sociologia no Brasil é caracterizada pela presença e ausência da obrigatoriedade da disciplina junto a escola secundária, superior e normal. Apesar de ter constado durante longo período nos três níveis de ensino, pode-se dizer que na escola normal, sua trajetória ainda é pouco pesquisada. Desse modo, como objetivo geral, esta pesquisa busca contribuir para os estudos históricos sobre a institucionalização da sociologia no Brasil, mais especificamente no cenário da escola normal do Colégio São José de Pelotas, entre os anos de 1946 a 1971, momento em que esteve de forma obrigatória nessa modalidade de ensino. Nesse sentido, é importante evidenciar quais foram os professores, programas, conteúdos, provas, exames e livros didáticos utilizados para compreender o sentido da disciplina no interior dessa instituição de ensino católica. O referencial teórico insere-se no campo da História das Disciplinas Escolares, e tem por base dialogar com conceitos de Pierre Bourdieu. As fontes são compostas por uma série de documentos que remetem aos arquivos escolares, e por quatro manuais didáticos de sociologia escritos por Fernando de Azevedo e Amaral Fontoura destinados ao ensino da disciplina. Nesse sentido, além da ampla revisão bibliográfica, o método de pesquisa utilizado é a análise documental. Os principais resultados encontrados apontam para a vinculação da disciplina de sociologia educacional na escola normal analisada, com os pressupostos da sociologia cristã, corrente vinculada aos ideais da Igreja Católica no Brasil. Dessa forma, houve uma significativa produção de manuais de sociologia inspirada nessa corrente em grande parte representada por Alceu Amoroso Lima e posteriormente por Amaral Fontoura.
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