Matriciamento em saúde mental e suas contribuições para o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família
Resumen
O estudo objetivou investigar o matriciamento em saúde mental e suas contribuições para o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família na perspectiva da Teoria dos Vínculos Profissionais. Consiste em uma pesquisa de abordagem qualitativa que se fundamentou no referencial da Teoria dos Vínculos Profissionais. O local da pesquisa foi uma Estratégia de Saúde da Família da região Sul do Rio Grande do Sul. Os participantes do estudo foram dez profissionais, sendo estes: um médico, um
enfermeiro, um psicólogo, um educador físico, um psiquiatra, três agentes comunitário de saúde, um acompanhante terapêutico, pertencentes a Estratégia Saúde da Família e matriciamento. Os dados foram coletados de agosto a dezembro de 2016. Foi utilizado como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a observação simples. A análise seguiu a proposta operativa de Minayo, emergindo as seguintes categorias: entendimento das equipes de matriciamento e Estratégia Saúde da
Família sobre o apoio matricial em saúde mental, ações de matriciamento em saúde mental na Estratégia Saúde da Família, relações interpessoais no processo de trabalho entre Estratégia de Saúde da Família e matriciamento em saúde mental. Com os resultados foi constatado que o entendimento dos participantes sobre o matriciamento em saúde mental é próximo ao apresentado na literatura, pois trazem em seus relatos o trabalho em conjunto na discussão dos casos, na troca de
conhecimento e no trabalho em rede. Entre as ações que envolvem o matriciamento, está presente o compartilhamento das ações, o diálogo entre os profissionais e a aproximação com a rede intersetorial. Em relação a tarefa no grupo de trabalho, os participantes referem o trabalho em conjunto, pautados no vínculo e na troca de conhecimento entre os profissionais, mas alguns sinalizaram a falta de atuação na prática por parte do matriciamento, sendo pouco resolutivo. Apontam também algumas lacunas no trabalho, dentre elas a atuação do matriciamento mais no discurso, ocasionando sentimento de pouca resolutividade e sobrecarga de trabalho à Estratégia Saúde da Família, evidenciando que a tarefa profissional do grupo não está clara. As relações interpessoais são estabelecidas pelo vínculo e a confiança entre os profissionais, facilitando o contato entre os mesmos, oportunizando o protagonismo da equipe, mas apontam pouca interação por parte de alguns
profissionais, desencadeando um certo desconforto na equipe. As reuniões de matriciamento são mencionadas como momentos importantes de trocas e pactuações entre os profissionais, mas o descomprometimento de alguns quanto a participação nas reuniões é criticado por não ter continuidade nas discussões, tornando as relações interpessoais frágeis e superficiais. A Teoria dos Vínculos Profissionais aplica-se ao estudo do apoio matricial na Estratégia Saúde da Família, pois aborda conceitos que irão contribuir para o processo de trabalho, possibilitando para que os
profissionais compreendam a tarefa do grupo, que são as ações terapêuticas conjuntas de saúde mental.
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