Adubação nitrogenada via fertirrigação em arroz irrigado por aspersão.
Resumo
O manejo da adubação nitrogenada para o arroz irrigado por aspersão no Brasil é um
assunto relativamente recente e os resultados de pesquisa ainda são muito escassos
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a resposta do arroz irrigado por aspersão
à adubação nitrogenada em cobertura, aplicada via água de irrigação, visando o
estabelecimento do manejo da adubação para esse sistema de produção. O estudo
foi realizado com a cultivar de arroz irrigado BRS Pampa, em Planossolo Háplico, na
Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, Rio Grande do Sul. Foram
conduzidos três experimentos nas safras 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015. Para o
manejo da irrigação, instalaram-se, a 10 cm de profundidade, sete sensores de tensão
de água no solo Watermark e um sensor de temperatura conectado a um datalogger.
O manejo de irrigação adotado baseou-se na tensão de água no solo de 20 kPa, na
safra 2012/2013, e de 10 kPa, nas demais safras. Na primeira safra, avaliaram-se
manejos do nitrogênio (N) para o arroz irrigado por aspersão, incluindo variações na
dose (0, 40, 80, 120, 160 e 200 kg ha-1), no parcelamento e na época de aplicação do
nutriente. Os tratamentos foram dispostos em delineamento de blocos ao acaso, com
quatro repetições. Avaliou-se o nível de N na planta, a produtividade de grãos,
componentes de produtividade e a acumulação de N na parte aérea das plantas de
arroz. Nas safras 2013/2014 e 2014/2015, validaram-se, utilizando-se a técnica de
fertirrigação, os tratamentos mais contrastantes e com resultados promissores da
safra 2012/2013. Os tratamentos selecionados foram dispostos em delineamento de
faixas, com sete repetições. Um extrator de solução foi instalado junto a cada sensor
Watermark, para o acompanhamento das concentrações de nitrato e amônio na
solução do solo. O efeito dos tratamentos foi avaliado pelo nível de N na planta, pela
produtividade de grãos, pela eficiência de utilização do fertilizante e pelas marchas de
acumulação de matéria seca e de N na parte aérea da planta. Conclui-se que: i) a
adubação nitrogenada via fertirrigação, por permitir maior parcelamento do nitrogênio,
aumenta a produtividade de grãos do arroz irrigado por aspersão, comparativamente
à adubação convencional via solo, quando o manejo de irrigação é baseado na tensão
de água no solo de 10 kPa; ii) em cultivo de arroz irrigado por aspersão, o uso da
técnica de fertirrigação para a aplicação de nitrogênio, parcelado em seis aplicações,
proporciona maior eficiência agronômica do nutriente em relação ao manejo
convencional, onde a cobertura nitrogenada foi parcelada em duas aplicações via
solo; e iii) no cultivo de arroz irrigado por aspersão, a dose de máxima eficiência
econômica do nitrogênio corresponde a 100 kg ha-1, quando aplicado em cobertura,
via fertirrigação, parcelado em seis aplicações.