Desenvolvimento e avaliação da efetividade de agentes potencialmente clareadores livres de peróxidos.
Resumo
A demanda de procedimentos estéticos tem crescido nos consultórios odontológicos. Entre os procedimentos mais procurados está o clareamento dentário. Dentre os compostos utilizados nesse procedimento, estão o peróxido de hidrogênio e o peróxido de carbamida. No entanto é relatado na literatura que esses sistemas apresentam efeitos colaterais como sensibilidade pós-operatória e toxidade as células pulpares. Esse trabalho está dividido em dois capítulos, no primeiro foi analisada a eficácia clínica desses materiais por meio de uma revisão sistemática e de um monitoramento tecnológico da área a fim de analisar o contexto atual para obter oportunidades de prospecção tecnológica do setor. O segundo foi formular e avaliar agentes clareadores não peróxidos experimentais à base de endopaptidases cisteínicas. Materiais e métodos: A revisão sistemática foi realizada de acordo com as normas PRISMA (MOHER et al., 2009). A busca de artigos foi realizada por duas pessoas independentemente, em sete bases de dados: MedLine (PubMed), Lilacs, Ibecs, Web of Science, Scopus, Scielo e The Cochrane Library e para o levantamento tecnológico em bases de dados de patentes os seguintes bancos de dados de patentes de adição serão utilizados: Google Patentes, questel orbit, USPTO (Patentes dos Estados Unidos e da marca registrada Office), IEP (Instituto Europeu de Patentes), JPO (Japan Patent Office), INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual do Brasil), Derwent Innovations Index e PATENTSCOPE. Para o estudo laboratorial foram preparados e caracterizados géis experimentais à base de papaína, ficina e bromelina. Foram obtidos 50 discos de dentes bovinos (6 × 6 mm2, 4 mm de espessura), polidos e submetidos a uma pigmentação em solução de café. As amostras foram distribuídas aleatoriamente em quatro grupos (n = 10), de acordo com o agente de clareamento utilizado: 20% de peróxido de carbamida (controle positivo); gel de papaína a 1%, gel de ficina a 1% e gel de bromelina a 1%, e nenhum agente (controle negativo). Os materiais foram aplicados uma vez por semana, em três seções de 15 minutos, durante 4 semanas, seguindo segundo as instruções do fabricante do controle positivo. As avaliações de cor foram obtidas através dos parâmetros individuais do CIEDE2000 (L *, a *, b *, C * e h-) em dois
períodos diferentes. A dureza de Knoop foi analisada sob carga de 50 g durante 15 s, e a rugosidade por um perfilômetro cada espécime foi medida 5 vezes em diferentes locais foi realizada antes e após os tratamentos. Os dados foram analisados estatisticamente com um nível de significância α = 0,05. Resultados: Os artigos e nas patentes analisadas, apontam para uma variedade significativa de
agentes potencialmente clareadores isentos de peróxidos. Os géis a base de ficina, bromelina e peroxido de carbamida apresentaram resultados estatisticamente semelhantes. Além disso, os géis baseados em enzimas apresentaram menos danos a superfície do esmalte. Conclusão: Com base nos artigos e nas patentes encontradas, pode-se concluir que há alternativas ao uso do peróxido, no entanto, mais estudos, são necessarios afim de caracterizar os efeitos desses agentes no dente, bem como a sua eficácia clínica.
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