Acerca da relação entre moral, linguagem e verdade no pensamento de Nietzsche.
Abstract
O presente trabalho consiste em uma análise crítico-imanente do pensamento de Friedrich W. Nietzsche, delimitado por obras selecionadas do período de 1873 a 1887. O fio condutor dessa análise é a relação intrínseca entre moralidade, linguagem e verdade. Inicialmente, ter-se-á um enfrentamento do que cremos tratar-se da moralidade da verdade, seu desdobramento quanto à valoração moral da verdade abordando, sobretudo, seu aspecto declinante à vida humana. O segundo aspecto de nossa abordagem está em traçar uma análise sobre a linguagem e suas persuasões linguísticas, as quais podem fomentar a decadência humana; abordaremos o aspecto perspectivista e as medidas cabíveis a uma teoria da interpretação destituída das amarras gramaticais. O terceiro aspecto conta com a propagação da tríplice: moralidade, verdade e linguagem e desvela a incompatibilidade dessas, rumo à vida ascendente. Para tanto elucidamos a vontade de verdade a todo custo, assim como sua instabilidade frente ao processo dinâmico de mundo descrito por Nietzsche. A análise desses três conceitos serve como respostas às doutrinações metafísicas e normativas presentes ao longo da história da filosofia da cultura ocidental do século XIX, da qual a filosofia nietzschiana busca se desvincular e apresentar genealogicamente suas reais pretensões nada despretensiosas quanto à preservação da vida gregária, contrária à valorização potencializadora da existência. Com efeito, essa pesquisa se articula em função da verificação de uma possível transvaloração dos valores da moralidade dos fracos, da linguagem aprisionadora e da verdade absoluta, pretendendo com isso, um ensaio acerca de uma filosofia demasiadamente humana, que esteja além dos valores postulados e atenda a afirmação da vontade de potência de cada ser humano.
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