A estrutura do juízo moral em Aristóteles.
Abstract
O objetivo deste trabalho é apresentar a possibilidade de interpretação do juízo moral em termos das noções aristotélicas de deliberação e escolha deliberada. Isso oportuniza uma alternativa diante da dicotomia entre juízos de fato e juízos de valor. Quando esta dicotomia é aceita, o juízo moral passa a ser visto como algo arbitrário, pois não possui uma base objetiva, mas tão somente subjetiva, na media em que ele é entendido como o resultado de uma intuição, ou como a expressão de emoções. Ao compreendermos o juízo moral como deliberação e escolha, temos a possibilidade de fornecer objetividade aos juízos, já que tanto crenças, desejos e considerações factuais podem ser levados em consideração neste procedimento reflexivo. Assim, para sustentar tal interpretação, procuro analisar a ética das virtudes desenvolvida, especificamente, na filosofia analítica anglo-americana, uma vez que é neste âmbito teórico que o juízo moral passa a ser entendido como um procedimento deliberativo. Posteriormente, sigo com uma análise, na filosofia aristotélica, das noções de deliberação e escolha deliberada, como também da concepção de sabedoria prática, com o intuito de compreender o papel destas noções.
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