A Estância dos Prazeres, Pelotas, RS (1758 a 1853).
Abstract
As doações de sesmarias pelos portugueses deram origem às estâncias como
estratégia de ocupação do território, o aproveitamento de boas pastagens, a
grande quantidade de gado e as potencialidades econômicas dele decorrentes.
O Rincão das Pelotas de Thomas Luis Osório foi negociado para Manoel Bento
da Rocha, estabelecido em Rio Grande de São Pedro do Sul por volta de 1750.
Manoel casou-se com Isabel Francisca da Silveira, e tornou-se líder do grupo
familiar. Durante a ocupação castelhana, Bento da Rocha deslocou-se com a
família para Viamão. Após a saída dos castelhanos de Rio Grande, voltou para
a sua estância no Rincão das Pelotas, onde tinha as atividades de agricultura e
pecuária e onde sem filhos morreu em 1791. No ano de 1795, para negociação
de parte das terras, Isabel Francisca da Silveira solicitou medição e
demarcação do Rincão que se dividiu em duas sesmarias, Nossa Senhora dos
Prazeres e Nossa Senhora da Conceição. Isabel faleceu no ano de 1822 e a
estância foi legada para a sobrinha-neta Maria Regina da Fontoura, casada
com João Duarte Machado. O casal dedicou-se à olaria e pomares mantendo
as atividades de agricultura e pastoreio. Uma análise da formação da Estância
dos Prazeres com a provável implantação da casa de morada, armazéns,
olaria, agregados, cativos e elementos agropastoris foi possível através do
conjunto edificado. A partir dos inventários post-mortem analisaram-se os bens
e procurou-se relacionar as peças arroladas entre si, seus valores e suas
utilidades para então entender suas funções, auxiliando na reconstituição do
estilo de vida familiar. Portanto, os arranjos espaciais e elementos de
infraestrutura encontrados permaneceram na paisagem.
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