Mobiliário para Habitação de Interesse Social: conflitos, percepção e satisfação dos usuários: o caso PAC-Anglo, Pelotas, RS.
Resumen
O trabalho trata do mobiliário para Habitação de Interesse Social (HIS) e dos conflitos
espaciais que ocorrem na interação entre os “espaços de habitar”, o “morador” e o
“mobiliário”. A habitação figura no quadro de necessidades essenciais do ser humano, sendo
sua dimensão e qualidade importantes para a saúde, a segurança e a privacidade do usuário, e
hoje é considerada como um direito básico na constituição brasileira. Logo, uma das metas
dos programas governamentais de construção de HIS no Brasil é ampliar o acesso à moradia
adequada à população de baixa renda. Neste tipo de promoção, as dimensões reduzidas das
habitações apresentam-se como um obstáculo no momento de equipar e mobiliar esses
ambientes, situação que representa um conflito entre a tipologia arquitetônica adotada e as
reais necessidades de seus usuários. Essa investigação se faz relevante na medida em que
contribui para o conhecimento da realidade do interior das HIS de uma cidade de médio porte
no Brasil e de como os moradores equipam esses espaços de morar reduzidos. Neste contexto,
o estudo tem como objetivo principal analisar os conflitos espaciais do mobiliário inserido
pelos moradores nas HIS do estudo de caso, visando elaborar recomendações básicas de
mobiliário flexível e multifuncional. A pesquisa parte do pressuposto de que o mobiliário é
que deve moldar-se ao espaço de morar reduzido, devido ao grande número de construções de
HIS já materializadas no país e que se encontram em uso pela população beneficiada. O
trabalho está inserido na área de estudo das relações de ambiente e comportamento e adota
métodos e técnicas de Avaliação Pós-Ocupação. A pesquisa é conduzida a partir de um estudo
de caso, a comunidade residente no PAC- Anglo, localizado na cidade de Pelotas, Rio Grande
do Sul, Brasil. As análises desenvolvidas referentes a cada variável, identificaram e
evidenciaram os principais problemas de inadequação frente ao espaço de habitar, o morador
e o mobiliário. Concluiu-se neste trabalho que, devido aos espaços mínimos com que as HIS
são projetadas, a qualidade de uso do mobiliário e o desempenho funcional das residências
ficam comprometidos, tornando-se um espaço inadequado diante das taxas elevadas de
conflitos espaciais encontradas nas habitações do objeto de estudo, afetando negativamente a
percepção do usuário quanto às atividades domésticas a serem executadas no cotidiano dos
moradores nas habitações. O trabalho finaliza com recomendações básicas de mobiliário
flexível e multifuncional, que conduzem à otimização dos espaços, trazendo benefícios de
funcionalidade e conforto para os usuários.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: