Declínio da confiança nas instituições políticas: o desafio da democracia brasileira (1995 – 2017).
Resumen
O fenômeno da queda da confiança nas instituições políticas, presente tanto em regimes democráticos consolidados quanto em democracias jovens, tem chamado a atenção dos pesquisadores há pelo menos duas décadas. Explicações tradicionais transitaram entre justificar o fenômeno pela frustração e desilusão com o regime após uma breve “lua de mel” ou chamar a atenção para uma cidadania mais crítica, portanto mais rigorosa na avaliação da política. Este trabalho tem o objetivo de investigar o declínio da confiança nas instituições políticas brasileiras centrais do modelo liberal de democracia: partidos políticos, congresso nacional, governo, Estado e Justiça. Para isso, não deixa de fazer a análise dentro da perspectiva de multidimensionalidade do apoio político, e argumenta que, para o caso do Brasil, este fenômeno pode ser mais bem compreendido se levado em consideração pelo menos três fatores: frustrações e desilusões com as promessas democráticas; baixa capacidade de Estado; e mudança nos valores. A metodologia empregada é tanto teórica, com uma revisão sobre as principais obras sobre o tema, quanto empírica, de análise longitudinal descritiva e crítica com dados do Latinobarômetro, Variedades de Democracia (V-Dem), World Values Survey (WVS), Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) e World Bank. Ao superar os modelos de explicação tradicionais, resultados apontam para a presença de uma baixa capacidade de Estado, onde traços deletérios permanecem na prática política e institucional, e uma transformação nos valores, acelerada com a revolução tecnológica nos meios de comunicação, principalmente com o advento das redes sociais. As consequências de tal confluência têm sido menores índices de confiança nas instituições políticas, além da erosão do apoio em muitas de suas dimensões.
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