Fotografias de casamento: memórias compartilhadas a partir de acervos pessoais.
Resumen
Este estudo pretende investigar, em fotografias de casamentos de 1940 a 1969, as
formas de um rito de passagem que se apresenta, nessas imagens, como poses,
personagens e cenários. Quanto aos recortes temporal e espacial, ambos são
moventes, porém, não imprecisos e estão condicionados à teia de relações dos
sujeitos pesquisados. O recorte temporal justifica-se pelo fato de que, no período
abarcado, havia o hábito de compartilhamento das fotografias entre amigos e
familiares. Já o recorte espacial, a própria teia formada através do conjunto e
sequência das fotos o delimita. O referencial teórico apresentado aborda o
casamento como rito compartilhado, no qual as fotografias do evento assumem um
formato colaborativo para a memória familiar, bem como tudo que está presente no
universo destas fotografias: materiais, fotógrafos, ateliers fotográficos, cenários em
que foram registradas as fotos, poses dos fotografados, objetos que compõem a
cena e traje, destacando o vestido de noiva. O casamento, neste período e
sociedade, é um evento que reunia os envolvidos em um rito afirmativo que se
desejava compartilhar. A fotografia cumpria tanto a função de registro como
possibilitava que o compartilhamento fosse estendido para além da sua ocorrência.
A metodologia estrutura-se em estudo de caso: um método da abordagem de
investigação, que consiste na utilização de um ou mais métodos qualitativos de
recolha de informação e não segue uma linha rígida de investigação. Caracteriza-se
por descrever um evento ou caso de uma forma longitudinal. Os métodos utilizados
são: revisão bibliográfica - sobre memória, fotografia, família, mulher e casamento -
e análise das fotografias do acervo em questão. Pretende-se, por fim, verificar como
o registro da imagem permite que famílias acumulem durante anos fragmentos
capazes de constituírem-se como um lugar de memória.
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