Descruza os braços e gira: saberes e escrevivências na Umbanda.

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Data
2019-09-24Autor
Barbosa Junior, Hélcio Fernandes
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Esta tese possui como objetivo refletir sobre a cultura umbandista como um espaço
de produção de saberes através das Giras de Umbanda como expressão desses
saberes e parte das seguintes questões: quais os saberes manifestos através dos
corpos nas Giras de Umbanda? Quais as possíveis relações entre a escrita de
pesquisa, os saberes manifestos pelos corpos nas Giras de Umbanda e a
Educação? Parte-se da compreensão inicial das Giras de Umbanda no seu duplo
sentido, tanto como encontro de umbandistas para a realização dos rituais
religiosos, como também enquanto movimento dos corpos dos médiuns que através
da Gira se preparam para receber as entidades espirituais em suas diferentes
formas. A tese é apresentada em três Giras. Em uma primeira Gira é demonstrado o
caminho metodológico utilizado; já em uma segunda Gira, o referencial teórico que
auxiliou na escritura da tese; e por fim, em uma terceira Gira, a reflexão sobre o
trabalho realizado. O caminho metodológico é inspirado na participação observante
de Loïc Waquant (2002) e nos processos e escrevivências de Conceição Evaristo
(2017; 2017a). Do ponto de vista epistemológico, busca compreender e afirmar a
produção de saberes através de sua ética e sua estética singulares e plurais. Busca
mostrar que as Giras de Umbanda propõem uma estética específica, a Estética da
Gira, que é o lugar no espaço/tempo em que se apresentam os saberes singulares
de uma religião que possui uma pedagogia própria. Reafirma e segue o caminho
proposto por Oliveira (2001; 2008), em que a epistemologia se relaciona com o “jogo
de sedução” que a cultura promove de acordo com o seu contexto e significações
próprias. Dessa maneira, a tese proposta concebe o corpo nas Giras de Umbanda é
uma alegoria que possibilita acessar uma forma singular de saberes. Defende,
ainda, que um possível fio narrativo de acesso para esses saberes são as memórias
ancestrais individuais e coletivas que este corpo expressa e que a escrita de
pesquisa, aqui inspirada na escrevivência, pode refletir.
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